quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Temas Geradores...

Não há como falar de Paulo Freire sem falar no Método Paulo Freire...


Não sabia muito bem sobre esse método, mas após o enfoque temático 5 da Interdisciplina de Didática, Planejamento e Avaliação aprendi que este método é a adequação do processo educativo às características do meio. No vídeo, vimos que depois de localizar e recrutar adultos analfabetos de uma comunidade, iniciava o trabalho de entrevista com os inscritos. Nestas entrevistas, registravam-se as palavras dos entrevistados que se referiam as suas experiências de vida local: questões sobre experiências vividas na família, no trabalho, nas atividades religiosas, políticas, recreativas etc. O conjunto da entrevista fornecia a equipe de educadores uma extensa relação de palavras da realidade daquela comunidade e dos alunos, permitindo que o educando trouxesse para a sala de aula a sua visão do mundo e da realidade.
Estas palavras, então chamadas de Temas Geradores, apontavam as utopias que moviam os alunos e as discussões das situações sugeridas pelas palavras ou temas geradores, permitia que o educando se conscientizassem da realidade em que vivia e de sua participação na transformação dessa realidade, o que tornava mais significativo e mais eficiente o processo de alfabetização, pois segundo Freire, ninguém começa lendo a palavra, as pessoas começam lendo o mundo; antes da palavra aqueles alunos tinham um mundo para ler.
O grande legado de Paulo Freire para a educação é que o aluno pudesse participar mais e que esse educação não estivesse aprisionada dentro de uma escola, mas que envolvesse todos os setores da sociedade.

Mestre Paulo Freire!

"Não é possível refazer este país, democratizá-lo, humanizá-lo, torná-lo sério, com adolescentes brincando de matar gente, ofendendo a vida, destruindo o sonho, inviabilizando o amor. Se a educação sozinha não transformar a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda."
( Paulo Freire )
Este semestre tivemos novamente a oportunidade de aprofundar nossos estudos sobre o mestre Paulo Freire. Ele é considerado um dos grandes pedagogos da atualidade e respeitado mundialmente com uma incomparável contribuição em favor da educação popular. A partir das leituras realizadas e dos vídeos assistidos, percebe-se o quanto o legado deste educador enfatiza o aspecto sócio, político e cultural da educação, contribuindo para uma verdadeira valorização da cultura popular, pois a proposta de Paulo Freire tem o objetivo de possibilitar uma real participação do povo enquanto sujeito de todo um processo cultural.
Para Freire a educação é um processo de problematização da realidade, do enfrentamento e de questionamentos dos problemas que envolvem o indivíduo, o diálogo com o meio, sobre os desejos, as necessidades, as perspectivas de mudanças, os instrumentos, as dificuldades, as características, os detalhes de um mundo percebido e carente de transformações.

Prós e contras da inclusão dos surdos na escola regular

Hoje, fala-se muito em inclusão como uma forma de diminuir as diferenças, mas o que ocorre com as crianças e adolescentes surdos que vão para as escolas regulares é uma falsa inclusão. Esses estudantes têm suas potencialidades pouco desenvolvidas, pois estas escolas possuem uma visão ouvinte da educação e não tomam como princípio norteador de sua educação a cultura surda, mas sim a cultura prevalecente, ou seja a cultura ouvinte, que defini-se sempre por um ensino descontextualizado, sem aprendizagem significativa, apenas mecânica, e portanto desconectada da realidade dos educandos surdos. No entanto, para que a inclusão realmente seja eficiente e que atenda às expectativas da comunidade surda, não adianta apenas contratar intérpretes para as aulas, a escola precisa rever todo o seu processo educacional de forma que atenda às necessidades dos estudantes surdos, aplicando recursos suficientes para a realização de ações pedagógicas que auxiliem no desenvolvimento cognitivo desses alunos.
Quando as crianças surdas têm sua iniciação escolar com um professor também surdo, as possibilidades de sucesso deste indivíduo são muito maiores do que daquelas crianças que são falsamente incluídas em escolas normais inclusivas, pois terá neste profissional um marco referencial de que ser surdo não limita e tampouco desqualifica qualquer pessoa.

Reflexão... algo pessoal!!!

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Pedagogia de Projetos!

Gostaria de relembrar alguns aspectos positivos da Pedagogia de Projetos. Esse novo método de desenvolver projetos oportuniza novas formas de ensinar e aprender, pois é desenvolvido a partir das dúvidas e das perguntas dos alunos e quem o desenvolve são os próprios alunos, tentando responder as suas dúvidas, por meio de pesquisas e interação, diretamente conectadas com seus interesses. Pensando na minha prática pedagógica, percebi que o objetivo deste tipo de trabalho é proporcionar aos educandos a possibilidade de escolher o assunto que gostariam de aprender, desenvolver o hábito da pesquisa e investigação além de interagir em ambientes informatizados, sentindo-se motivados a desenvolver a pesquisa de forma interdisciplinar e cooperativa.
Considerando que a Pedagogia de Projetos dá a atividade de aprender um sentido novo, onde as necessidades das aprendizagens nascem nas tentativas de resolver situações problemáticas, um projeto gera situações de aprendizagens ao mesmo tempo reais e diversificadas tanto na Educação Infantil quanto no Ensino Fundamental e Médio, pois possibilita que os alunos, ao decidirem, opinarem, debaterem, construam sua autonomia e aprendam a aprender com um grau maior de autoconsciência e independência.

A educação de surdos!


Durante os estudos realizados na unidade 3 da Interdisciplina de Libras, percebi que muitas escolas para surdos, deixam a desejar no momento em que estruturam seu projeto pedagógico aos olhos dos ouvintes, os quais elaboram e analisam toda a estruturação do processo de ensino de acordo com a visão dos ouvintes, que difere e muito da visão do surdo e da maneira como este percebe a sua cultura e a sua identidade.
Nos textos estudados, percebe-se a grande importância de as escolas de surdos terem em seu quadro funcional profissionais que dominem a Língua de Sinais, ou ainda e quem sabe preferencialmente, professores surdos e com domínio da Língua de Sinais, visto que esta escola para surdos não deve apenas estar preparada para ensinar os conteúdos pré-estabelecidos para cada série, mas sim apresentar a essa criança surda a identidade, a língua, a história, a arte, a comunidade e a culturas surda, tudo isso focalizado e entendido a partir da diferença, a partir do seu reconhecimento político e da sua valorização como diferente e não como inferior por estar na condição de diferente.

Ao ler o documento “A educação que nós, surdos, queremos e temos direito”, percebi que, para realmente falarmos em uma educação para surdos, é necessário oferecer condições de qualidade educativa para as pessoas surdas, a fim de que possam se desenvolver conforme suas potencialidades e, tal situação só poderá ocorrer de fato no momento em que a opinião do surdo seja respeitada!

Trocando experiências na aula da EJA...

Em nossa última aula de EJA, apresentamos as conclusões obtidas ao longo do nosso trabalho de pesquisa nas escolas onde há a Educação de Jovens e Adultos. Para mim, ficou evidente que toda a teoria estudada foi fundamental para a compreensão dos dados coletados com os alunos da EJA.
De modo geral, conseguimos ver o aluno da EJA com um olhar diferente, pois aprendemos que este aluno é normalmente aquele que foi excluído da escola ou que se excluiu, por ter problemas de comportamento, dificuldades de aprendizagem, repetências consecutivas, desinteresse...
Na teoria de Martha K. de Oliveira (p59) vimos que “o aluno da EJA geralmente o migrante que chega às grandes metrópoles provenientes de áreas rurais empobrecidas, filho de trabalhadores rurais não qualificados e com baixo nível de instrução escolar.” Afirmação que constatamos com as entrevistas feitas na saída de campo, pois apenas um aluno é Sapiranguense, os demais vieram em busca de emprego. Alguns começaram a trabalhar ainda crianças e não tiveram oportunidade de estudar.
Enfim, deparamos-nos com diversas realidades, idades diferentes e cada um com uma história de vida diferente e almejam uma vida mais digna melhor. Os alunos da EJA que entrevistamos estão cientes de que para conseguir um emprego melhor ou até mesmo para poder se comunicar ou ler uma revista, bula de um remédio e ajudar seu filho nos deveres de casa é necessário estudar.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Um mundo nas mãos!


Através de alguns filmes assistidos na Interdisciplina de Libras foi possível fazer uma análise do quanto já evoluímos no que se refere ao respeito e a igualdade dos surdos. Estudando alguns dados históricos e com base nos filmes já vistos, compreende-se melhor porque ainda há tantas demonstrações de discriminação ou até mesmo de piedade. Causa até certa repugnância em ver que os surdos eram tratados como incapazes e até mesmo idiotas, como mostra o filme “Menino Selvagem”, mas o que mais me incomodou, tanto ao ver este filme, como ao ver o filme “Seu nome é Jonas” era o fato de acharem, mesmo os médicos e outros especialistas na área, que os surdos deveriam aprender a falar de qualquer maneira, valorizando apenas o Oralismo, sendo até mesmo proibido o uso da língua de sinais ou qualquer outra comunicação por sinal.
Não estamos mais no século XVIII, quando as crianças que não acompanhavam um "ritmo" estabelecido pelo grupo eram rotuladas e estigmatizadas de incapazes e idiotas. Hoje acredito que maioria das pessoas já consegue ver o homem como um ser social, que necessita de profunda inserção cultural para se desenvolver.
A surdez não afeta a capacidade de ninguém para aprender e a Língua de Sinais é, com certeza, uma das maneiras de inclusão social da comunidade surda. Ainda há um longo caminho para que a integração dos surdos realmente aconteça em nossa sociedade. Quando as pessoas com necessidades especiais devido a deficiência ou problemas em seu desenvolvimento consigam viver e conviver normalmente com as demais pessoas de sua comunidade, isso sim será inclusão, mas para isso é preciso que se alarguem as possibilidades para que as pessoas em geral consigam ter acesso também a Língua de Sinais.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Práticas de Leitura, Escrita e Oralidade no Contexto Social

Na Interdisciplina de Linguagem e Educação trabalhamos sobre as práticas de leitura, escrita e oralidade no contexto social. Nossa atividade foi pedir que uma criança ou um adulto em fase inicial de escolarização contasse uma história para que pudéssemos transcrever a narrativa, analisando-a de acordo com a teoria estudada. A criança escolhida é uma menina, tem 5 anos e estuda em uma escola de Educação Infantil, filha de uma colega de escola.
Durante a narrativa, a menina usou uma entonação de voz diferente. A cada “daí” que ela dizia, ela criava um tom de suspense, provável reflexo das narrativas que ela está habituada a ouvir, pois percebi que já está adquirindo as noções dos usos e do funcionamento da linguagem.
Com base na leitura realizada, percebi que ela já consegue compreender a variação da linguagem no momento em que tem a intenção de narrar alguma história, diferentemente da maneira em que ocorre em uma simples conversa.
Pude analisar que ela usou vários elementos dos contos de fadas e narrou a história com grande propriedade, próprio da criança que desde os primeiros anos de vida já convive com o mundo literário, mas para isso, o papel dos professores e dos pais é fundamental. São eles que irão inserir a criança neste universo e desenvolver o gosto em ouvir e contar histórias. "O ideal é que ele seja um verdadeiro co-construtor das narrativas, incentivando a criança a avançar nos recursos que utiliza em suas construções", diz Maria Virgínia.
Com essa atividade, constatei que ao ouvir as narrativas das crianças percebemos uma das características mais vivas do pensamento da criança: o sincretismo, ou seja, a liberdade de associar elementos da realidade segundo critérios pessoais, pautados principalmente por afetividade, observação e imaginação.
Após a narração da história, hora de desenhar...

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Desafios da Educação de Jovens e Adultos


Durante o fórum da Interdisciplina de Educação de Jovens e Adultos no Brasil, debatemos muito sobre o grande desafio e a grande responsabilidade de ser um professor da EJA. Digo que ser professor da EJA é uma grande desafio, pois para os adultos das camadas populares, a escolarização tem uma prioridade bem menor do que as questões de sobrevivência, como habitação, saúde, emprego, alimentação, transporte.
Mas, com a leitura do texto “Alfabetização de adultos: ainda um desafio” de Hara Regina, percebi que trazendo o cotidiano destes adultos para a sala de aula, até mesmo os alunos com mais dificuldade de aprendizagem, com pouca oralidade, poderão falar e participar com segurança, fazendo com que as dificuldades diminuam, pois quando se toma como ponto de partida o que estes adultos sabem, em vez de partir do que ignoram, percebe-se que a aprendizagem é construída pelo sujeito através das suas relações com o meio, assim como ocorre com as crianças.

Práticas de Leitura, escrita e oralidade no contexto social

Durante a realização de uma atividade da Interdisciplina de Linguagem e Educação, fomos instigados a pensar sobre o a ausência do letramento social em nossas escolas e a prevalência apenas do letramento escolar.
Percebi, com isso, que atualmente tão importante quanto conhecer o funcionamento do sistema de escrita é poder se engajar em práticas sociais letradas, respondendo aos inevitáveis apelos da atual cultura.
A partir da leitura do texto “Modelos de letramento e as práticas de alfabetização na escola” (KLEIMAN, 2006), constatei que a importância das práticas sociais de leitura enfatiza as diferenças entre as modalidades da língua oral e da língua escrita e demonstram como muitas crianças se apropriam da linguagem escrita através do contato com diferentes gêneros textuais, explorando através de suas interações com adultos alfabetizados a leitura e a produção de textos, mesmo antes de estarem alfabetizadas da forma convencional, enquanto que outras, apesar de alfabetizadas, não apresentam domínio da linguagem utilizada nas formas de comunicação oral. Analisando, assim, que as práticas de alfabetização nem sempre são capazes de promover a inserção dos alunos na cultura da leitura e da escrita, a escola deve buscar ser um espaço de abertura para outras formas do conhecimento, para ampliar o mundo social das crianças e também os múltiplos modos de mostrar, aprender, discutir e conhecer as diferentes linguagens sociais.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Fordismo e Taylorismo na educação?

Taylor e Ford abriram caminho para que a Capitalismo Industrial atingisse novos patamares. Mas qual a relação disso com a educação?


Eu já conhecia os princípios do Fordismo e do Taylorismo, mas não imaginava que isso pudesse ter alguma relação com a educação escolar. Depois de ler o texto de Santomé, percebemos que este chama a atenção para as mudanças que começam a ocorrer durante o século XX sobre a necessidade de introduzir as questões sociais e os problemas do dia-a-dia no trabalho curricular de sala de aula e dentro das escolas, pois até então havia um distanciamento entre a realidade e as instituições escolares. Os conteúdos que formaram o currículo escolar eram trabalhados de forma isolada, ignorando que o verdadeiro sentido da escola existir é o de preparar cidadãos para compreender, julgar e intervir na sua comunidade, de uma forma responsável, justa, solidária e democrática.
Nunca imaginei que a educação sofresse influências das filosofias do Taylorismo e do Fordismo. Percebi que os alunos estão desmotivados, provavelmente porque suas vivências, interesse, saberes e ritmos não estão sendo respeitados. Por isso, acredito que para garantir uma educação de qualidade com aprendizagens significativas, os sistemas educacionais necessitam rever suas propostas de ensino, buscando uma integração curricular não fragmentada durante todo o processo educativo.
A influência do Taylorismo na educação moderna gerou alguns problemas que precisam ser revistos pelos educadores e toda a comunidade escolar: as metodologias pedagógicas precisam ser revistas, pois, ao se subjugar aos reguladores das políticas educacionais que, de cima para baixo, elaboram sugestões, imposições, para nortear a educação ignorando as necessidades específicas de cada povo, evitam que as escolas trabalhem com liberdade desenvolvendo seu trabalho pautado no que é realmente preciso diante da realidade socioeconômica de sua clientela.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS

Quando eu soube que neste eixo VII teríamos uma Interdisciplina de Libras, fiquei bastante intrigada, imaginando como poderíamos ter uma aula de Libras à distância. Há alguns anos atrás eu fiz um curso de Libras, mas como não pratiquei acabei esquecendo quase tudo, infelizmente.
Na aula presencial, tivemos a oportunidade de aprender que Libras é a sigla da Língua Brasileira de Sinais. As Línguas de Sinais são as línguas naturais das comunidades surdas e ao contrário do que muitos imaginam, as Línguas de Sinais não são simplesmente mímicas e gestos soltos, utilizados pelos surdos para facilitar a comunicação. São línguas com estruturas gramaticais próprias.
A professora, usando a Língua Brasileira de Sinais, nos explicou que A LIBRAS tem sua origem na Língua de Sinais Francesa.
As Línguas de Sinais não são universais, ou seja, cada país possui a sua própria língua de sinais, que sofre as influências da cultura nacional, podendo haver variações até mesmo dentro do mesmo país, como é o caso do Brasil, pois como qualquer outra língua, ela também possui expressões que diferem de região para região. Alguns sinais comuns aqui no Rio Grande do Sul, não são conhecidos em outras regiões do país e vice-versa.
Para finalizar a aula, aprendemos o alfabeto Libras e algumas palavras. No início parecia muito difícil, mas aos poucos comecei a recordar de alguns sinais. Agora preciso voltar a praticá-los...

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Planejamento




Ao ler o texto "Planejamento: em busca de caminhos", encontrei várias relações com minha prática, pois assim como a autora, eu também estou, desde junho, atuando como coordenadora pedagógica do currículo (1º ano à 4ª série). Mas como a coordenação ainda é uma nova experiência, eu prefiro relatar as relações existentes com a minha prática docente, pois tenho mais subsídios e experiências para relatar.
Atualmente, não realizamos mais planos de curso e de unidades, pois eles são elaborados pela secretaria de educação, com todos os conteúdos a serem desenvolvidos em cada trimestre, conhecidos como planos de estudos. Com base nestes planos de estudos, desenvolvemos nossos projetos pedagógicos e planos de aula diários, de forma a contemplar os conteúdos neles especificados. Nos projetos pedagógicos temos uma abertura maior para escolher uma temática a ser trabalhada, que pode ser da escolha do professor ou da turma. Dentro desta temática, desenvolvemos as aulas com base nos conteúdos dos planos de estudos.
A autora comenta que os antigos planos de curso e de unidade acabavam sendo hipotéticos, mas, ao longo de alguns anos usando os atuais planos de estudos, percebo que estes também são um pouco hipotéticos, pois presumem um andamento dos conteúdos contínuo, que não condiz com as diferenças entre escolas e suas realidades, nem mesmo a sondagem de início de ano, que eu julgo essencial para saber de onde partir, está inclusa nos planos de estudos. Infelizmente, estes planos limitam o trabalho do professor a uma série de conteúdos que devem ser necessariamente trabalhados, independente do andamento da turma. Muitas vezes, esses planos, assim como os antigos planos de curso e de unidades, acabam ficando abandonados, pois nem sempre a mecanicidade descrita no papel pode ser efetivada em sala de aula. Acabamos contornando a burocracia destes planos para atender verdadeiramente às necessidades de nossas turmas.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Parecer CEB

Eu estava lendo o Parecer CEB nº 11/2000 – Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos, que tem como relator Carlos Roberto Jamil Cury e me chamou a atenção o item que fala sobre a formação dos docentes voltados para EJA.
Segundo o Parecer, a formação dos docentes não só da EJA, mas de qualquer nível ou modalidade, deve ter como meta o disposto no art.22 da LDB, que estipula que a finalidade da educação deve ser desenvolver o educando, dando-lhe formação indispensável para o exercício de sua cidadania e meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores, atendendo também ao art. 61 da mesma, que deixa claro que a formação dos docentes deve atender aos diferentes níveis e modalidades de ensino e às características de cada fase de desenvolvimento do educando.
O Profissional que atenderá a EJA deve estar preparado para interagir empaticamente com os estudantes e para exercer o diálogo. Os docentes deverão estar preparados para elaborar projetos pedagógicos que darão uma significação social para as competências de cada um, articulando conhecimentos, habilidades e valores. O professor da EJA precisa receber aperfeiçoamento específico para ter o cuidado de não infantilizar os métodos, conteúdos e processos da EJA.
Há a exigência de uma formação específica para docentes da EJA a fim de que haja uma relação pedagógica com sujeitos, trabalhadores ou não, propiciando a permanência na escola, que acontecerá por meio de conteúdos trabalhados de forma diferenciada para atender ao perfil deste estudante, respeitando as especificidades da EJA, as características regionais e locais da sociedade, da cultura, da economia e da clientela.
Dessa forma, os cursos de formação docente e as licenciaturas devem habilitar os profissionais para criar correlações entre os conteúdos das áreas de conhecimento e o universo de valores e modos de vida dos alunos da EJA, mas na prática, não sei se é exatamente isso que acontece. Eu, por exemplo, quando fiz o concurso “cai de pára-quedas” em uma sala de EJA, 3ª e 4ª série, mas sem preparo nenhum para atender às necessidades desta clientela. Ao longo do Magistério não tive nenhuma formação/orientação específica para EJA e, pelo que percebo nas estagiárias que chegam em minha escola, ainda não há este preparo. Mas isso não é apenas no Magistério que percebo, pois ao conversar com colegas que cursam ou já estão formadas em alguma licenciatura, constatei que também não tiveram preparo para conseguir articular conhecimentos, habilidades e valores dos alunos da EJA com os conteúdos a serem desenvolvidos.
Hoje, lamento não ter tido uma preparação adequada para trabalhar com a EJA e reconheço que, ao iniciar minha carreira com uma turma de EJA, muito deixei a desejar por falta de experiência, afinal, eu era a pessoa mais nova da sala!

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Comênio, o pai da Didática Moderna


Iniciamos o semestre muito bem...
Para a realização da atividade do enfoque temático 2, que tinha como objetivo conhecer a vida e obra de Comênio, o “pai da Didática” e identificar heranças das idéias pedagógicas presentes no cotidiano escolar, fiquei muito impressionada com a contemporaneidade deste educador.
Ao ler alguns de seus ensinamentos, percebi que, mesmo sem conhecer sua obra, já aplicava-os em minha prática docente, além disso, percebi também que em muitas tendências atuais para a educação há vestígios (e não poucos) das idéias revolucionárias de Comênio, difundidas no século XVII.
Sua obra pedagógica foi um grande marco para o avanço da educação em sua época, com reflexos até nos dias de hoje.
Para ele, didática é ao mesmo tempo processo e tratado. É tanto o ato de ensinar como a arte de ensinar.
Ao ler o material proposto no enfoque 2 constatei que Comênio defendia a idéia de educar com base na realidade da criança e na formação de um indivíduo pensante, capaz de tomar decisões, por isso, quando li a afirmação “Facilitará o estudo do aluno quem lhe mostrar como usar na vida cotidiana aquilo que está sendo ensinado”. (Op. cit., 180), percebi que isso também está presente em meu cotidiano escolar, pois busco relacionar os conteúdos a serem desenvolvidos com fatos de seu interesse, mostrando que o que estudamos na escola faz parte de seu cotidiano.
Percebi, com esta atividade, que muitos conceitos hoje presentes em nossas escolas, como educação para todos, democratização do ensino, aprendizagem global, diferenças individuais, inteligências múltiplas, foram inicialmente apresentados por Comênio, inegavelmente, muito a frente de seu tempo.
Após conhecer o seu modelo pedagógico cheguei à conclusão de que não é nenhum exagero afirmar que ele realmente fez uma grande revolução educacional em sua época.

Eixo 7

Mais uma etapa se inicia e é com um certo "frio na barriga" que penso que estamos na reta final. Quando os profes comentaram que estamos encerrando as interdisciplinas com conteúdos neste semestre... nem acreditei! É uma mistura de alegria, ansiedade e um certo temor do que nos espera...
Mas o meu maior receio para este Eixo 7 está em pensar que posso não conseguir “dar conta” de tudo. Desde o Eixo 4 até o último mês de junho eu estava apenas com 20 horas na escola, conseguia disponibilizar um bom tempo para o curso, mas agora... estou com 44 horas (na verdade trabalho bem mais do que isso).
Ao mesmo tempo em que sinto uma imensa alegria e orgulho em ter chegado ao Eixo 7, estou com grande receio de tudo o que vem pela frente.
O atual cargo que assumi exige muito tempo disponível, além da carga horária.
Mas a sensação de estar chegando ao final... é indescritível!!!

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Relacionando conceitos!

A proposta de nossa aula presencial de Psicologia II era construirmos em pequenos grupos um mapa conceitual relacionando alguns conceitos da teoria piagetiana que abordamos ao longo das aulas.

Indígenas e sua identidade étnica!


Os povos indígenas têm o direito de preservar, expressar e desenvolver livremente sua personalidade cultural, em todos os seus aspectos, livres de qualquer tentativa de assimilação. Só recentemente os diferentes segmentos da sociedade brasileira estão se conscientizando de que os índios são seus contemporâneos. Eles vivem no mesmo país, participam da elaboração de leis, elegem candidatos e compartilham problemas semelhantes, como as conseqüências da poluição ambiental e das diretrizes e ações do governo nas áreas da política, economia, saúde, educação e administração pública em geral. Um fato notável é o crescimento do número de indígenas no cenário político brasileiro. Somente em 2000, foram eleitos, entre vereadores, vice-prefeitos e um prefeito, 80 índios.
Mesmo assim, no que diz respeito à identidade étnica, as mudanças ocorridas em várias sociedades indígenas, como o fato de falarem português, vestirem roupas iguais às dos outros membros da sociedade nacional com que estão em contato, participarem da política, utilizarem modernas tecnologias (como câmeras de vídeo, máquinas fotográficas e aparelhos de fax), não fazem com que percam sua identidade étnica e deixem de ser indígenas.

Desenvolvimento Moral


Para compreender melhor o desenvolvimento moral, segundo Piaget, realizei algumas pesquisas sobre o tema e pude constatar que a agressividade faz parte do processo de desenvolvimento moral, pois a criança passa por uma fase pré-moral, caracterizada pela anomia, coincidindo com o "egocentrismo" infantil e que vai até aproximadamente 4 ou 5 anos. Gradualmente, a criança vai entrando na fase da moral heterônoma e caminha gradualmente para a fase autônoma.
Na fase de anomia, natural na criança pequena, ainda no egocentrismo, não existem regras e normas. O bebê, por exemplo, quando está com fome, chora e quer ser alimentado na hora. As necessidades básicas determinam as normas de conduta. No indivíduo adulto, caracteriza-se por aquele que não respeita as leis, pessoas, normas.
Na moralidade heretônoma, os deveres são vistos como externos, impostos e não como obrigações elaboradas pela consciência. O Bem é visto como o cumprimento da ordem, o certo é a observância da regra que não pode ser transgredida nem relativizada por interpretações flexíveis. A responsabilidade pelos atos é avaliada de acordo com as conseqüências objetivas das ações e não pelas intenções. O indivíduo obedece às normas por medo da punição. Na ausência da autoridade ocorre a indisciplina.
Na moralidade autônoma, o indivíduo adquire a consciência moral. Os deveres são cumpridos com consciência de sua necessidade e significação. Possui princípios éticos e morais. Na ausência da autoridade continua o mesmo. É responsável, auto-disciplinado e justo. A responsabilidade pelos atos é proporcional à intenção e não apenas pelas conseqüências do ato.
Na medida em que a criança cresce, ela vai percebendo que o "mundo" tem suas regras. Dessa forma, não consigo concordar que todas as atitudes de agressividade das crianças sejam somente devido ao processo de desenvolvimento moral, pois, ainda segundo Piaget, os valores morais são construídos a partir da interação do sujeito com os diversos ambientes sociais e será durante a convivência diária, principalmente com o adulto, que ela irá construir seus valores, princípios e normas morais. Por isso que geralmente os alunos mais agressivos são filhos de pais também agressivos, mas não por uma questão de genética, mas sim por conviver diariamente com os princípios da sua família.
Tendo conhecimento que as crianças e adolescentes seguem fases mais ou menos parecidas quanto ao desenvolvimento moral, cabe ao educador compreender que há determinadas formas de lidar com diferentes situações e diferentes faixas etárias. Cabe a ele, ainda, conduzir a criança na transição das fases, encaminhando-se naturalmente para a sua própria autonomia moral e intelectual, mas o contexto familiar influencia positiva ou negativamente neste desenvolvimento.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Conhecendo a Hidrocefalia!

Durante as pesquisas realizadas para o estudo de caso da interdisciplina de Educação de Pessoas com Necessidades Especiais, descobri que o aluno que eu estava pesquisando nasceu com hidrocefalia. Para saber se a causa de seus problemas eram em decorrência da hidrocefalia, comecei a pesquisar sobre a doença e suas sequelas e aprendi que a hidrocefalia ocorre quando o líquido da medula não pode circular normalmente. Este líquido acumula-se no cérebro e, caso não seja controlado, pode acarretar no surgimento de graves conseqüências. Esta situação se resolve introduzindo-se cirurgicamente um tubo fino com uma válvula de pressão no interior dos ventrículos cerebrais.
Esta técnica, de modo geral, controla a hidrocefalia, direcionando o líquido para a cavidade abdominal ou para uma veia no pescoço, que leva ao coração. De acordo com Martín (2004), "é a condição patológica caracterizada pelo aumento da pressão intracraniana. Produz-se como conseqüência de um desequilíbrio entre a formação e a absorção do líquido cefalorraquidiano (LCR)". Neste caso, a caixa craniana cresce e a cabeça aumenta de tamanho.
As causas mais freqüentes, segundo o Coletivo de Autores (2001), são, "secreção aumentada de LCR, a obstrução das vias de circulação do LCR, seja no interior do sistema ventricular, seja na sua saída para o espaço subaracnóideo e o bloqueio na absorção do LCR". Dentre estas três causas, a mais freqüente é a obstrutiva (não comunicante).
De acordo com os mesmos autores, algumas sequelas como as de ordem motora surgem, como por exemplo, déficits de equilíbrio, na coordenação ampla e fina.
Na pesquisa realizada, constatei que algumas crianças com hidrocefalia podem ter dificuldades cognitivas, deficiências físicas ou possibilidade de outros problemas de saúde, atrasos no desenvolvimento, problemas de aprendizagem , problemas na fala, problemas na visão e dificuldade de memória, como é o caso do menino que eu estou acompanhando.
Os pais e professores deverão estar conscientes das complexidades de viver com hidrocefalia e assegurar que a sua criança receba o acompanhamento adequado, as intervenções e terapias necessárias. Na escola, eu acredito que ninguém saiba o motivo das dificuldades do menino, pois em documento nenhum esta informação aparece. Agora eu conheço as características desta doença, consigo compreender a sua situação e irei divulgar entre os seus professores um pouco de seu diagnóstico e da consequencias que ele tem em função da doença.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Aprendendo sobre o Autismo!


Eu sempre tive muita vontade de saber mais sobre o autismo e com as leituras realizadas para a Interdisciplina de Educação de Pessoas com Necessidades Especiais e com as pesquisas feitas, aprendi que autismo é uma patologia diferente da deficiência mental ou da lesão cerebral, embora algumas crianças com autismo também tenham essas doenças.
O autismo é um transtorno mental que afeta a comunicação e o comportamento humano. O termo autismo refere-se ao significado: ausente ou perdido. Sinais de autismo normalmente aparecem no primeiro ano de vida e sempre antes dos três anos de idade.
A desordem é duas a quatro vezes mais comum em meninos do que em meninas, mas a causa do autismo não é conhecida.
Estudos de gêmeos idênticos indicam que a desordem pode ser, em parte, genética, porque tende a acontecer em ambos os gêmeos se acontecer em um. Embora a maioria dos casos não tenha nenhuma causa óbvia, alguns podem estar relacionados a uma infecção viral (por exemplo, rubéola congênita ou doença de inclusão citomegálica), fenilcetonúria (uma deficiência herdada de enzima), ou a síndrome do X frágil (uma dosagem cromossômica).
Uma criança autista prefere estar só, não forma relações pessoais íntimas, não abraça, evita contato de olho, resiste às mudanças, é excessivamente presa a objetos familiares e repete continuamente certos atos e rituais.
Muitas vezes, o autismo é confundido com outras síndromes ou com outros transtornos globais do desenvolvimento, pelo fato de não ser diagnosticado através de exames laboratoriais ou de imagem, por não haver marcador biológico que o caracterize, seu processo de reconhecimento é dificultado, o que posterga a sua identificação.
Grande parte dos profissionais que trabalham com autismo, dizem que faz parte do tratamento recomendado para portadores de autismo o recebimento de educação especial, com aprendizagem intensa e gradual, acompanhada de um controle intenso do comportamento da criança. O enfoque atual é fazer com que estas crianças aprendam conceitos básicos para que funcionem o melhor possível dentro da sociedade. As escolas especializadas, atualmente, individualizam o tratamento para cada criança, tornando assim o aprendizado bem mais específico e eficiente.
As pessoas com autismo são capazes de crescer, aprender e desenvolver-se. Com a ajuda adequada, as crianças com deficiência mental e autismo podem viver de forma satisfatória a sua vida adulta.
Acredito que uma criança com autismo pode obter resultados escolares muito interessantes, mas acho que seria importante avaliar a necessidade específica da criança e seu grau de comprometimento para direcioná-la para à escola mais adequada: educação especial ou escola regular com adequação do currículo à criança.

domingo, 31 de maio de 2009

Garantia de Direitos


Nos dias 27 e 28 de maio participei da 74ª Plenária do Fórum Permanente da Política Pública Estadual para Pessoas com Deficiência e Pessoas com Altas Habilidades no RS.
Assim como já trabalhamos na interdisciplina de Necessidades Especiais, também tivemos a oportunidade de aprender mais sobre a garantia dos direitos de cada cidadão, portador ou não de alguma deficiência e percebi, com isso, a grande importância de nós cidadãos e professores de sabermos a que temos direito, tentando, com isso, entender um pouco mais de nossa sociedade e dos problemas que nossas famílias e as famílias de nossos alunos estão submetidas. Esses fóruns existem para criar uma força política para cobrar tais direitos.
Os seres humanos por si só não sentem (ou percebem) a necessidade de todos serem tratados com igualdade, por isso há necessidade do estado criar leis que diminuam as diferenças entre as pessoas, ou seja, as leis existem para que as diferenças entre negros, índios, brancos, pessoas com deficiência, mulheres sejam menores. Há necessidade de leis que garantam o acesso aos mais excluídos, mais desfavorecidos, pois nossa sociedade é historicamente excludente e preconceituosa. Mas o maior problema que vejo não é a falta de leis. As leis existem e atenderiam ao direito de todos se não fosse o descumprimento destas, infelizmente. Toda administração pública, antes de mais nada, deveria zelar pelo cumprimento dos direitos humanos!!

sábado, 23 de maio de 2009

Alunos com necessidades especiais

A partir dos estudos realizados na Interdisciplina de Necessidades Educacionais Especiais, temos aprendido muito sobre os alunos com necessidades especiais, e eu acredito que alunos com dificuldades de aprendizagem também devem ser visto com alguma necessidade especial, pois geralmente por trás desta dificuldade há uma série de questões emocionais, familiares e sociais não resolvidas.
Quando falamos em inclusão não podemos esquecer que um aluno com necessidade especial será inserido dentro de uma turma regular. A turma não pode parar de evoluir em função deste aluno, mas este aluno também não acompanhará o ritmo da turma, pois o seu ritmo é diferente.
Uma coisa que sempre me deixa com muitos questionamentos... dar a esse aluno atividades diferenciadas, dentro de suas limitações, ou proporcionar a ele as mesmas atividades do restante da turma, mas adaptada ao seu limite físico, quando forem deficiências físicas. Mas se a necessidade especial for de alguma dificuldade de aprendizagem ou deficiência mental, seria recomendado dar a esse aluno a mesma atividade dada ao restante da turma, mas como um apoio maior e talvez com um grau de exigência menor.
Já tive e tenho alunos com dificuldade de aprendizagem, por fatores familiares, sociais, psicológicos... e já tentei fazer as duas coisas: dar atividades diferenciadas e dar as mesmas atividades do restante da turma. Há alunos que aceitam tranquilamente realizar atividades dentro de sua necessidade e diferente do restante da turma, já outros não gostam e se sentem excluídos, pois os colegas sempre questionam as atividades diferentes. Geralmente faço um pouco de cada. Às vezes trabalho as mesmas atividades com material de apoio, mas em seguida dou uma mais específica para o nível dele. Não sei se estou fazendo o certo. Às vezes dá super certo, mas há dias que volto para casa frustrada por ter conseguido avançar tão pouco.
O ideal seria conseguir fazer conforme o vídeo Atendimento Educacional Especializado – Deficiência mental, que mostra uma proposta de trabalho que parte dos próprios alunos, na qual eles definem o que será estudado. Não há planejamento das aulas, pois não se sabe o que partirá dos alunos. Acredito que quando se trabalha com Atendimento Especializado isso seja o mais indicado, no entanto, dentro de uma sala regular, com conteúdos a serem desenvolvidos, não acho muito viável. Precisamos organizar as aulas de forma que todos os conteúdos da série sejam trabalhados e precisamos fazer com o que o aluno de inclusão consiga evoluir dentro de suas limitações, mas sem defasar o restante da turma...
É possível, mas não é fácil.
Precisamos reconhecer as diferenças como desafios positivos.

domingo, 17 de maio de 2009

Estádio Operatório Concreto

A partir do estudo dos Estádios do Desenvolvimento percebi que a grande maioria de meus alunos do 4º ano estão no estádio operatório concreto (dos 8 aos 11/12 anos), mas também tenho alguns alunos que teriam idade para estarem no estádio operatório formal, mas após observá-los percebi que a idade nem sempre coincide com o desenvolvimento cognitivo do aluno.
Percebi que as crianças nesta fase são capazes de aceitar o ponto de vista do outro, levando em conta mais de uma perspectiva.
Eles já têm capacidade de classificação, agrupamento, reversibilidade e conseguem realizar atividades concretas, que não exigem abstração. Durante este estágio, a criança adquire o esquema das operações como a soma, a subtração, a multiplicação, a ordenação serial e é justamente neste estádio que trabalhamos com estas operações em sala de aula, mas percebo que ainda apresenta dificuldade em operar com princípios abstratos quando eles estão ligados a objetos específicos.
Também ocorre o aperfeiçoamento dos conceitos de causalidade, tempo, espaço, velocidade, mas ainda não alcança o nível mais elevado das operações lógicas.
A criança neste estágio é capaz de superar a mudança imediata, visível e considerar a relação lógica envolvida, ou seja, adquiriu o esquema da conservação e constância dos objetos. Torna-se menos egocêntrica e a fala é empregada com o fim básico da comunicação.
Essas características são muito evidentes em meus alunos, mas nem todos estão exatamente no mesmo nível, ou seja, alguns ainda têm algumas características do estádio anterior e outros já mostram a transição para o estágio seguinte.
Neste estádio a criança começa a construir conceitos, através de estruturas lógicas, consolida a conservação de quantidade e constrói o conceito de número. Seu pensamento apesar de lógico, ainda está preso aos conceitos concretos, não fazendo ainda abstrações. Assim conseguimos compreender melhor o porquê de muitas das dificuldades de nossos alunos, proporcionando atividades que estejam de acordo com seu desenvolvimento.

Aceitar o ponto de vista de Piaget, portanto, provocará turbulenta revolução no processo escolar (o professor transforma-se numa espécia de técnico do time de futebol, perdendo seu ar de ator no palco). (...) Quem quiser segui-lo tem de modificar, fundamentalmente, comportamentos consagrados, milenarmente (aliás, é assim que age a ciência e a pedagogia começa a tornar-se uma arte apoiada, estritamente, nas ciências biológicas, psicológicas e sociológicas). Onde houver um professor ensinando... aí não está havendo uma escola piagetiana! (Lima, 1980, p. 131).

Afro-descendentes no Brasil


No enfoque III da Interdisciplina de Questões Étnico-Raciais, trabalhamos com a história e cultura dos afro-descendentes no Brasil. Para compreender a auto imagem, a identidade étnica e a auto-estima de nossos alunos realizamos entrevistas com alunos afro-descendentes. A proposta era perguntar como eles se sentiam como alunos negros na escola, mas fiquei com um pouco de receio de fazer a pergunta diretamente às crianças, pois percebi na atividade com o mosaico que eles não se auto-identificam como negros, até falam que seus avós ou pais são negros, mas eles são morenos ou bugres. Então já lembrei de um caso, há alguns anos atrás, em que uma colega professora quase foi denunciada por racismo por ter dito que a criança era negra e não morena e a criança chegou em casa dizendo que a professora tinha o chamado de negro, como se isso fosse uma coisa feia.
Devido a isso, para iniciar a entrevista, preferi não fazer a pergunta diretamente, mas perguntar qual era a sua cor, assim poderia sentir qual era a postura do aluno entrevistado frente a sua auto imagem. Percebo que quando as crianças são pequenas não sentem a discriminação, ou melhor, não têm consciência do motivo dos colegas não brincarem com eles, de ficarem sozinhos no recreio, de ficarem sem duplas, de alguns não gostarem dele. Alguns até justificam a discriminação por serem pobres, mas não por serem negros, isso mostra que ainda há uma consciência enraizada no período histórico em que ser negro é ser inferior, por isso preferem não se ver como negros por medo da rejeição, preferem não assumir a sua identidade étnica, até mesmo por que em nossa escola há poucos alunos negros, em sua grande maioria são pardos, então é mais fácil se sentir igual ao seu grupo.
Neste campo, não será demais lembrar que apenas a educação pode mudar valores, contribuindo para a valorização da diversidade e a construção de um senso de respeito recíproco entre os grupos que formam esta rica mistura de identidades culturais chamada Brasil.

domingo, 10 de maio de 2009

Método Clínico


Na Interdisciplina de Psicologia vimos algumas características dos estádios do desenvolvimento propostos por Piaget. Trabalhamos com os conceitos de aprendizagem, desenvolvimento e estádios a partir da utilização da metodologia desenvolvida por Piaget, conhecida como método clínico piagetiano.
Para a realização da atividade 6 realizamos o método com uma aluna que já sabíamos da sua grande dificuldade de aprendizagem, a escolhemos propositalmente para a realização do método, pois gostaríamos de compreender melhor suas dificuldades e poder ajudá-la. Constatamos que esta aluna, apesar de ter 10 anos, ainda tem muitas características do estádio pré-operatório, pois percebemos que muitas vezes ela respondia intuitivamente e ainda não tem a noção da conservação do número. Devido à mudança da forma, mudança da configuração perceptiva, ela pensava que a quantidade também tinha mudado.
Quando constatamos que contava as duas colunas, chegava ao total de fichas em cada uma delas, mas não sabia responder se havia a mesma quantidade, percebemos que ela ainda não adquiriu um pensamento lógico, com capacidade para fazer operações mentais. Ela não percebia que as peças só estavam em uma posição diferente, mas não alterava a quantidade, o que permite concluir que ela criança ainda não possui um raciocínio lógico reversível.
Suspeitamos que talvez seja um caso de inibição cognitiva, como nos explica a Psicopedagogia. Neste caso há uma retração intelectual e um empobrecimento de idéias, ocorrendo, em grande parte àquelas crianças que não receberam estímulos quando ainda bebes ou nos primeiros anos de vida, pois bem sabemos que a criança, à medida que evolui vai-se ajustando à realidade circundante, e superando de modo cada vez mais eficaz, as múltiplas situações com que se confronta, mas se essa criança não recebe estímulos do meio, seu desenvolvimento cognitivo fica prejudicado ou aquém ao de uma criança estimulada desde o nascimento. A mudança dos estádios ocorre devido aos ajustamentos da criança ao meio e que se vão manifestando ao longo do seu desenvolvimento.
Segundo Jean Piaget, a criança é concebida como um ser dinâmico, que a todo momento interage com a realidade, operando ativamente com objetos e com as pessoas, por isso acreditamos que a aluna C ainda não ultrapassou totalmente o estádio pré-operatório, pois recebeu (ou recebe) poucos estímulos do meio. Como as concepções infantis combinam-se às informações recebidas do meio, o conhecimento é concebido como resultado de uma interação, ficando limitado quando o sujeito não é um elemento ativo no meio em que vive.

terça-feira, 28 de abril de 2009

Epistemologia Genética de Jean Piaget


A partir da leitura do texto “Epistemologia Genética e Construção do Conhecimento”, percebi que o conhecimento acontece por meio de um processo de equilibração e de abstração e não pela intervenção do meio ou por estruturas pré-determinadas. Sabe-se que, para que ocorra a aprendizagem a interação com o meio é fundamental, mas o indivíduo precisa ter estruturas construídas para assimilar os novos conhecimentos, para tanto, cada nova estrutura a ser construída irá “utilizar” as estruturas construídas anteriormente, podendo, o aluno voltar a um estágio anterior para adquirir um novo conhecimento: cada nova etapa tem inclusas as etapas anteriores.
A Epistemologia Genética de Jean Piaget vê a criança como sujeito que cria e recria o seu próprio modelo de realidade, atingindo um crescimento mental por integração de simples conceitos em conceitos de nível mais elevado ao longo de estádios. Piaget traçou então, quatro estádios nesse desenvolvimento: o estádio sensório-motor, o estádio pré-operatório, o estádio operatório concreto e o estádio operatório formal.

O que é inclusão?

A cada dia consigo compreender mais o que realmente é a inclusão e, com isso, me sinto também mais preparada para trabalhar com a diversidade.

A inclusão é :

- atender aos estudantes portadores de necessidades especiais na vizinhanças da sua residência
- propiciar a ampliação do acesso destes alunos às classes comuns.
- propiciar aos professores da classe comum um suporte técnico
- perceber que as crianças podem aprender juntas, embora tendo objetivos e processos diferentes
- levar os professores a estabelecer formas criativas de atuação com as crianças portadoras de deficiência
- propiciar um atendimento integrado ao professor de classe comum.

O conceito de inclusão não é:

- levar crianças às classes comuns sem o acompanhamento do professor especializado
- ignorar as necessidades específicas da criança
- fazer as crianças seguirem um processo único de desenvolvimento, ao mesmo tempo e para todas as idades
- extinguir o atendimento de educação especial antes do tempo
- esperar que os professores de classe regular ensinem as crianças portadoras. de necessidades especiais sem um suporte técnico.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Argumentos e Premissas!!!


Para a realização das atividades da Interdisciplina de Filosofia da Educação, precisamos compreender melhor alguns conceitos muito importantes para o desenvolvimento das atividades que se seguirão. Para tanto, busquei informações sobre o significado de argumento, premissa e conclusão.

Aprendi que um argumento é um conjunto de enunciados, mas não um conjunto qualquer de enunciados. Num argumento os enunciados têm que ter uma certa relação entre si e é necessário que um deles seja apresentado como uma tese, ou uma conclusão, e os demais como justificativa da tese, ou premissas para a conclusão.

Normalmente argumentos são utilizados para provar ou desaprovar algum enunciado ou para convencer alguém da verdade ou da falsidade de um enunciado.
Estamos perante um argumento sempre que alguém apresenta um conjunto de razões a favor de uma ideia. Os argumentos podem ter apenas uma premissa, ou mais de duas; contudo, só podem ter uma conclusão.

Mosaico Étnico-Racial

Valorização da diversidade na escola

Para a realização o mosaico étnico-racial, solicitei que cada criança fosse ao banheiro que fica em frente a sala e que observassem suas características e anotassem em seu caderno as suas características. Após, os alunos se uniram em duplas e cada uma falou de como vê o colega, listando para ele suas características. Em seguida, realizei uma hora do conto com a história “Menina Bonita do Laço de Fita” de Ana Maria Machado. A partir da história, começamos um debate sobre nossas características e com quem nos parecemos.
Com a história, consegui chegar até o ponto que eu desejava sobre a nossa origem e nossas etnias. As crianças simplesmente adoraram a história e tinham muito para falar de suas descendências, mas ainda não falavam em etnias. Tratava-se apenas de um diálogo sem muito conhecimento étnico, mas com um interesse incrível, percebi, com isso, que um grande trabalho estava surgindo. Como as crianças já estavam bem aguçadas e com muito o que falar sobre sua descendência, lancei de tema de casa para que pesquisassem sobre sua descendência.
Percebi um certo receio de alguns em comentar que seus antepassados eram negros, então achei prudente falar da minha etnia, mostrando que sou descendente de italianos, portugueses e negros e isso realmente fez efeito; logo surgiu “eu também profe sou descendente de negros, e eu também profe...” Fiquei muito feliz com esse momento, pois acho que consegui direcionar a conversa para que todos se sentissem à vontade para falar e que sentissem orgulho da sua origem.
Solicitei que trouxessem para o dia seguinte fotos de familiares com os quais eles são parecidos ou tem algum traço semelhante. Caso não pudessem trazer fotos, pedi que questionassem sobre as características dessas pessoas para que conseguissem desenha-las.
Solicitei que colocassem a sua foto ou o desenho do seu auto-retrato no centro de uma folha e que colassem as fotos das pessoas com quem se parecem ao redor e escrevessem o que são parecidos. Foi um momento de grande envolvimento. Salientaram a cor do cabelo, dos olhos, o sorriso, a altura e até mesmo características psicológicas.
Por fim, montamos um painel no saguão. Como havia outras duas turmas também realizando esse trabalho, a socialização foi ótima. Havia três painéis diferentes, mas que tratavam de nossa descendência, de nossa origem. Muitos encontravam a sua família nos outros painéis e chamavam os colegas para mostrar que havia outros que também faziam parte de sua família. Durante a empolgação da socialização, muitos diziam que eram parecidos com o avô, que tem o cabelo como de sua mãe, que é alto como seu tio... Eles queriam mostrar aos colegas com quem eram parecidos.
Foi muito gratificante a realização dessa atividade! Mais gratificante ainda foi ver o orgulho em apresentar a sua família e mostrar aos colegas a sua descendência.




quarta-feira, 22 de abril de 2009

As leis sobre a diversidade


Com as leituras realizadas na Interdisciplinas de Educação de Pessoas com Necessidades Educacionais Especiais - Unidade 2 - Políticas Públicas Brasileiras em Educação Especial e o Projeto Político - Pedagógico da Educação Inclusiva, percebi que é fundamental que pais e educadores conheçam sobre as leis que falam sobre a inclusão.
Várias leis e documentos estabelecem o direito das pessoas com necessidades especiais:
A Constituição da Republica de 1988, prevê o pleno desenvolvimento dos cidadãos, sem preconceito de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. Garante também o direito de escola para todos.
A lei nº 7.853/89 define como crime recusar, suspender, adiar, cancelar ou extinguir a matrícula de um estudante por causa da sua deficiência, podendo, o infrator, sofrer a pena de um a quatro anos de prisão, mais multa.
O ECA também garante o direito à igualdade de condições para o acesso e permanência na escola, sendo o Ensino Fundamental obrigatório e gratuito, garantindo também que o atendimento educacional especializado ocorra preferencialmente na rede regular de ensino, assim como também define a Convenção da Guatemala, reafirmando a urgência para providenciar uma educação que atenda às crianças, jovens e adultos com necessidades especiais.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Novas aprendizagens...

O que é o Construtivismo?




Construtivismo é uma das correntes teóricas empenhadas em explicar como a inteligência humana se desenvolve partindo do princípio de que o desenvolvimento da inteligência é determinado pelas ações mútuas entre o indivíduo e o meio.
O Construtivismo valoriza o conhecimento prévio do aluno, propondo que ele participe ativamente do próprio aprendizado, que se dará a partir da experimentação, da pesquisa em grupo, do estímulo à dúvida e do desenvolvimento do raciocínio, entre outros procedimentos. O construtivismo enfatiza a importância do erro não como um tropeço, mas como um degrau para conquistar a aprendizagem.
O construtivismo rejeita a apresentação de conhecimentos prontos ao estudante, daí o termo "construtivismo", pelo qual se procura indicar que uma pessoa aprende melhor quando toma parte de forma direta na construção do conhecimento que adquire.
O tra­ba­lho de edu­car não deve se limi­tar a trans­mi­tir con­teú­dos, mas a favo­re­cer a ati­vi­dade men­tal do aluno. Por isso, impor­tante é não ape­nas assi­mi­lar con­cei­tos, mas tam­bém gerar ques­tio­na­men­tos, ­ampliar as ­idéias. O construtivismo condena a rigidez nos procedimentos de ensino, as avaliações padronizadas e a utilização de material didático demasiadamente estranho ao universo pessoal do aluno. O pro­fes­sor cria situa­ções para que o aluno che­gue ao conhe­ci­mento.
A criança cons­trói o conhecimento a par­tir de suas des­co­ber­tas, quando em con­tato com o mundo e com os obje­tos. Por isso, não adianta ensi­nar a um aluno algo que ele ainda não tem con­di­ções inte­lec­tuais de absor­ver.
Segundo Piaget, o pen­sa­mento infan­til passa por qua­tro está­gios, desde o nas­ci­mento até o iní­cio da ado­les­cên­cia, ­quando a capa­ci­dade plena de racio­cí­nio é atin­gida.

terça-feira, 7 de abril de 2009

Como avaliar um P.A?

Durante a realização do Projeto de Aprendizagem, ficava me questionando como eu poderiar avaliar um P.A quando realizado com meus alunos.

Bem sabemos que o P.A oportuniza novas formas de ensinar e aprender, mudando a maneira de apresentação dos conteúdos e ampliando as possibilidades de aquisição de informações, mas ficava com dúvidas sobre o que e como avaliar.

Nestas últimas semanas, contudo, trabalhamos a avaliação do Projeto de Aprendizagem. Assim, pude aprender alguns passos importantes para auxiliar na avaliação do Projeto. A partir destes passos, o professor pode avaliar o desenvolvimento de cada parte do projeto, mas o que eu achei mais interessante é a possibilidade do grupo avaliar o seu trabalho, rever o que foi desenvolvido e, se necessário, fazer algumas alterações de modo a aprimorá-lo, ampliando com isso, o conhecimento adquirido durante todo o processo.

Para avaliar um P.A, faz-se necessário avaliar os seguintes tópicos:

1- Sobre a Questão de Investigação:
· O projeto parte de uma questão claramente formulada e originada nas vivências e curiosidades dos sujeitos? Em outras palavras, a questão é “original”, no sentido de refletir uma curiosidade genuína do grupo, ou parece ser uma questão ligada a um repertório de temas tradicionalmente já abordados nas escolas?
· A questão é formulada de modo a impulsionar uma abertura para a exploração de novas relações ao invés de restringir a busca a uma simples resposta?


2- Sobre as certezas e dúvidas iniciais:
· Existe uma coerência lógica entre a Questão de Investigação e o que é afirmado no quadro inicial das Certezas Provisórias e das Dúvidas?


3- Processo de Desenvolvimento do Projeto:

· As certezas e dúvidas são consideradas na orientação das buscas ou são “esquecidas” durante o desenvolvimento do projeto?
· A busca de soluções para a questão eleita parte de uma sistematização criteriosa do que os sujeitos pensavam saber ("Certezas Provisórias") e do que julgavam necessário compreender ("Dúvidas Temporárias") para responder a questão?
· É possível identificar um movimento de mudanças e reformulações nas "certezas" e "dúvidas", durante a realização do projeto? Os sujeitos vão retomando as certezas e dúvidas na medida em que fazem descobertas que modificam seus conhecimentos iniciais? Ao mesmo tempo em que são encontradas soluções para as dúvidas já colocadas, são geradas novas questões e dúvidas? É possível perceber que o grupo toma consciência da existência desse processo de modificação das certezas que se aprofundam e consolidam ou se transformam em dúvidas e das dúvidas que se tornam novas certezas?


4- Sobre as buscas e a construção de novas relações (sobre procedimentos, instrumentos e fontes)
· Quais são as fontes, os instrumentos e os procedimentos usados na busca das soluções?
· Essas fontes, instrumentos e procedimentos são coerentes com a questão proposta, com as certezas e com as dúvidas?
· A busca e seleção de informações e a escolha dos procedimentos (enquetes, entrevistas, observações, experimentos, leituras) abrem para a construção de novas relações, novas articulações entre conceitos e idéias (novas formas de explorar as questões, utilização de novos instrumentos etc), por exemplo?
· Há evidências de rompimentos nos limites disciplinares?
· Observam-se aprendizagens relevantes relacionadas com os conteúdos e conceitos abordados no projeto?


5- Sobre os mapas conceituais
· Os mapas conceituais mostram uma evolução na apropriação do conhecimento? (especificamente nas relações e conceitos surgidos na busca de soluções)
· O mapa final representa os conceitos e relações que constam na síntese do projeto (resposta à pergunta principal)?


6- Sobre o conteúdo publicado
· Os textos que compõem o projeto formam um conjunto coerente que permite ao leitor acompanhar o desenrolar da investigação realizada?
· O material recolhido e elaborado no projeto é relevante e focado no problema proposto?
· O conjunto de informações recolhidas foi suficientemente trabalhado?
· O material é apresentado em forma de hipertexto permitindo diferentes navegações?
· Os textos produzidos pelo grupo são originais e refletem as características do grupo?
· As referências e citações estão clara e corretamente colocadas e identificadas?
· As imagens e vídeos, eventualmente publicados, contribuem para a compreensão do conteúdo?
· As certezas provisórias foram validadas?
· As dúvidas temporárias foram esclarecidas?
· Há uma síntese parcial ou final? E ela responde à Questão de Investigação?


7- Sobre a aprendizagem cooperativa
· Que tipos de registros aparecem com maior frequência: combinações, informações, sugestões, etc..?
· Os registros do processo mostram a riqueza do processo de aprendizagem do grupo, evidenciando um trabalho cooperativo?
· É possível identificar, pelos registros, interações virtuais ou presenciais com especialistas ou outras pessoas, fora do grupo, na busca por contribuições para o projeto?


8 – Sobre a apresentação do trabalho
· A organização do site facilita o acompanhamento do projeto?
· Foi adotado um padrão de letras (tamanhos e cores) que facilita a leitura?
· O site busca uma interação com o leitor?

Identificando Epistemologias

Modelos Pedagógicos e Modelos Epistemológicos



A leitura do texto Modelos Pedagógicos e Modelos Epistemológicos, me levou a entender melhor como está estruturado a relação ensino/aprendizagem escolar. Fazendo um paralelo entre os três modelos pedagógicos, podemos observar as diferenças no resultado final do processo de aprendizagem. O autor Fernando Becker nos apresenta os modelos pedagógicos e como tais modelos são sustentados por uma determinada epistemologia.


Pedagogia diretiva

“Não há nada no nosso intelecto que não tenha entrado lá através dos nossos sentidos”.



  • O conhecimento é transmitido para o aluno.

  • Professor é o detentor do saber.

  • O indivíduo é uma folha de papel em branco não somente ao nascer, mas frente a cada novo conteúdo.

  • O conhecimento vem do meio físico ou social.

  • Epistemologia = empirismo


    Pedagogia não-diretiva


  • O professor tem a função de auxiliar/facilitador do aluno.

  • Traz à consciência o saber que o aluno já possui.

  • O aluno já traz o saber que precisa desenvolver.

  • Aprende por si mesmo.

  • O aluno aprende conforme sua herança genética

  • Regime do deixa fazer.


    Pedagogia relacional

    O conhecimento novo é construído através de:

  • Ação do aluno sobre material significativo para ele (assimilação).

  • Respostas do aluno para si mesmo diante das perturbações (acomodação) provocadas pela assimilação. Reflexionamento e reflexão.

  • Apropriação não mais do material, mas dos mecanismos de suas ações sobre esse material..

  • Professor ensina-aprende, aluno aprende-ensina.

  • O aluno não é passivo, ele interage integralmente com o meio.

domingo, 5 de abril de 2009

“Sou a continuação de um fio que nasceu há muito tempo atrás...”

Essa frase me fez pensar muito sobre minha ancestralidade e, principalmente, me impulsionou na busca de dados sobre meus descendentes. Da minha família materna, conheço o início deste fio, desde a sua partida da Itália até a continuação aqui no Brasil, até os dias de hoje. Meu nono sempre teve muito orgulho em contar histórias sobre seus antepassados, a chegada destes no Brasil, o que fizeram, como enfrentaram os primeiros tempos... Ele é um verdadeiro contador de histórias.
Os pais de minha avó paterna sempre deixaram bem explícitas a sua descendência portuguesa, desde hábitos culinários até a sua aparência física, comprovada no sobrenome tipicamente português.
Mas ainda há muitas incógnitas sobre os pais de meu avô paterno, ainda há muitas perguntas sem respostas, muitas feições que ainda não sei ao certo de onde descendem. Pouco sabemos sobre a descendência de meu avô paterno, apenas acreditamos na sua descendência negra devido à cor da pele de seu pai (meu bisavô) e de seus tios, mas não há nada além de hipóteses.
Isso me causou uma grande vontade de pesquisar, de saber um pouco mais sobre ele e consequentemente, sobre mim também.
Hoje, sei de minha origem italiana, portuguesa e possivelmente, negra.
Tenho muito orgulho de olhar as fotos de meus antepassados, saber sua história, sua origem e reconhecer em mim a continuação deste fio.

quinta-feira, 26 de março de 2009

Vale a pena ler...

Estou participando de uma Formação Continuada em Estudos Iniciais em Psicopedagogia na Feevale e na primeira aula lemos e debatemos um texto que me emocionou...

Gostaria de compartilhar com vocês este texto, pois ele nos dá uma grande lição de vida e nos faz pensar muito sobre as possibilidades de inclusão.



O dia em que finalmente chorei




Eu não chorei quando soube que era mãe de uma criança mentalmente limitada. Apenas me sentei e não disse qualquer coisa quando meu marido e eu fomos informados que Kristi era - como suspeitávamos – deficiente mental.
- Vá em frente e chore. - O médico aconselhou amavelmente - Ajuda a prevenir sérias dificuldades emocionais.
Apesar das sérias dificuldades, eu não chorei nem durante os meses que se seguiram.
Quando Kristi estava com idade para ir à escola, sete anos, nós a matriculamos no jardim de infância da escola de nossa vizinhança. Eu poderia ter chorado no dia em que a deixei naquela sala cheia de seguras, ansiosas e espertas crianças de cinco anos.
Kristi passava horas e horas brincando sozinha, mas naquele momento, quando era a criança "diferente" entre outras vinte, estava provavelmente mais solitária do que nunca.
Entretanto, coisas positivas começaram a acontecer para Kristi em sua escola, e para seus coleguinhas, também.
Quando se gabavam de suas próprias realizações, os coleguinhas de Kristi sempre tinham prazer de elogia- la também:
- Kristi conseguiu soletrar direito todas as suas palavras hoje.
No segundo ano de Kristi na escola, enfrentou uma experiência traumática. Uma apresentação pública, finalizando o ano, que tinha uma apresentação musical e uma competição de atividades físicas. Kristi estava muito atrás em ambos, música e coordenação motora.
No dia da apresentação, Kristi fingiu estar doente. Desesperadamente eu quis mantê- la em c asa. Por que deixar Kristi falhar em um ginásio cheio de pais, de estudantes e professores? Que simples solução seria apenas deixar minha criança em casa. Certamente faltar a uma apresentação não podia importar.
Mas minha consciência não me deixava sair desta situação assim tão facilmente. Então, eu praticamente enfiei uma pálida e relutante Kristi dentro do ônibus escolar e eu mesma é que passei a estar doente. Mas como eu havia forçado minha filha a ir à escola, agora eu me forçava a ir à tal apresentação.
Parecia que nunca chegava a hora do grupo de Kristi se apresentar. Quando finalmente vieram, eu descobri porque Kristi estava preocupada.
Sua turma foi dividida em equipes. Com suas reações débeis, lentas e desajeitadas, certamente atrasaria a sua equipe.
O desempenho foi surpreendentemente bom, até que chegou a hora da corrida de sacos. Agora cada criança tinha que entrar em um saco, ir pulando dentro do saco até uma linha, voltar e sair do saco.
Eu observei Kristi parada atrás de sua equipe, olhando nervosa. Mas quando chegou a vez de Kristi, o menino mais alto da turma foi para trás de Kristi e colocou suas mãos em sua cintura. Outros dois meninos se abaixaram ao seu lado. Então, o menino mais alto levantou Kristi e os outros dois ajeitaram o saco.
Uma menina segurou a mão de Kristi e a apoiou até que Kristi ganhasse equilíbrio. E então, ela foi pulando, sorrindo e orgulhosa. Diante da torcida, do apoio e do entusiasmo dos professores, dos estudantes e dos pais, eu agradeci à Deus por aquelas pessoas amáveis e compreensivas que tornaram possível que minha inabilitada filha fosse um ser humano como seus companheiros.
Então, finalmente eu chorei.




(texto de Meg Hill T radução de SergioBarros)

Reflexões sobre a Inclusão...


"Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade. "

Artigo 1° da Declaração Universal dos Direitos Humanos




Certo dia estava lendo uma reportagem sobre inclusão e a importância para uma criança com necessidades especiais freqüentar a escola regular, pois ao conviver com os colegas elas também aprendem. Os alunos com essas necessidades são estímulos para o professor ir em busca de novas maneiras de ensinar e meios de se qualificar, mas eu me pergunto: até que ponto nossas escolas estão preparadas para atender a essas crianças?? Até que ponto nós, docentes, estamos preparados para trabalhar com alunos de inclusão.
Eu acredito que a escola só ensina quando fica atenta às necessidades de cada indivíduo dentro de seu ritmo e suas limitações e não basta apenas dizer que a escola está preparada para receber crianças com necessidades especiais se não dispõe de rampas de acesso, material para crianças cegas, pessoas que dominam Libras etc. Não se pode escolher o tipo de necessidade que aceitamos em nossa escola. Cada deficiência requer materiais e estratégias específicas.
Sabemos que todos tem a ganhar com a inclusão, mas acredito que os órgão públicos precisam qualificar o espaço físico e material das escolas. A escola que realmente incluiu se preocupa em disponibilizar ferramentas para o professor trabalhar, pois nenhuma deficiência pode determinar as possibilidades de cada indivíduo, é preciso, contudo, que o meio seja adequado, com equipamentos e recursos que facilitem a vida dessas crianças.
Infelizmente, para muitas instituições a inclusão ainda é vista como uma maneira de colocar uma criança com necessidade especial para dentro de uma sala de aula sem nenhum acompanhamento, sem material diferenciado e sem nenhum apoio ao professor, que muitas vezes tem turmas lotadas e com muitos outros problemas de dificuldades de aprendizagem e que não são vistos como uma necessidade especial.

quinta-feira, 19 de março de 2009

Recomeçando...

Mais uma etapa se inicia...


Chegamos ao VI Semestre




Algumas reflexões...


Durante o período letivo de 2008/2 tive a oportunidade de aprender sobre a organização e gestão da educação em seus aspectos organizacionais e políticos, entendendo, assim, os avanços e as transformações que estão ocorrendo na educação hoje e, a partir disso, acreditar em uma nova forma de educação, trabalhando no aprimoramento e qualidade do processo de gestão nas escolas, além disso, refleti muito sobre questões de ordem administrativa, financeira e pedagógica que tornam concreto o exercício da autonomia escolar e aprendi, com isso, que a escola da atualidade tem a necessidade de repensar alguns fundamentos da educação, quebrar paradigmas e inserir a interdisciplinaridade e a pedagogia de projetos.
Com a elaboração do PA, percebi que os projetos são muito importantes, pois fazem com que o próprio aluno busque o seu desenvolvimento no processo de aprendizagem, através da pesquisa, do trabalho em grupo, da troca de experiências, diminuindo uma grande distância entre a realidade vivida pelos alunos e os conteúdos que constituem os currículos escolares. Estes projetos além de trazerem todos esses benefícios de auto-desenvolvimento, também são excelentes para o professor identificar a evolução do aluno no processo de aprendizagem, bem como as dificuldades que precisam ser trabalhadas.
Para 2009... espero, realmente, não passar por momentos tão turbulentos como passei em 2008, mas sim adquirir conhecimentos que preencham as lacunas que tenho sobre a educação de crianças com necessidades especiais e que há muito tempo me causam uma certa angustia por não ter muitos conhecimentos sobre o assunto. Espero conseguir conciliar todas as minhas atividades e realizar meus trabalhos em dia, pois desde o ano passado abri mão de um turno para poder me dedicar mais à Faculdade. Enfim, espero aprender muito e aprimorar a cada dia a minha prática docente.