segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Compartilhando debates...

No fórum eu fiz alguns comentários que gostaria de compartilhar com mais pessoas além das colegas do grupo de debate.
Eu adorei o texto “Por que você ouve tanta porcaria?”. Após essa leitura fiquei ainda mais crítica em relação ao que meus ouvidos merecem escutar... Tudo que há muito tempo eu me questionava. Às vezes me sentia até um pouco ultrapassada, pois nada que para os outros era o máximo, o melhor hit, a melhor banda, eu conseguia gostar, ou melhor, suportar.
Mas é no mínimo lamentável perceber que o povo ouve o que tem capacidade de compreender. Isso mostra o reflexo da cultura do povo brasileiro. No entanto, é ridículo e um tanto revoltante saber que o gosto musical de uma nação esteja sob o controle de uma verdadeira máfia musical, que decidem quem vai vender mais e quem vai fazer mais sucesso.
No texto fala que os professores podem ser agentes de mudança, mas vejo isso uma tarefa absolutamente difícil. Nossas crianças têm seus ouvidos acostumados desde muito pequenos a ouvir porcarias. Ouvem e cantam com seus pais as mais ridículas e apelativas músicas. Tentar agir nessas preferências musicais é também interferir em uma questão social, e isso é complicado!!!
Além disso, encontramos como obstáculo toda uma gigantesca mídia que empurra goela abaixo o que eles querem. Fazem isso de tal maneira que fica difícil bater de frente com todo o aparato emocional/apelativo e insistente por eles impulsionado. É até decepcionante, quando vemos nossos alunos cantando músicas maliciosas e eles nos dizem que é só o que ouvem em casa e que seus pais adoooram.
A mudança com certeza deve iniciar, semente a semente, com muitas pedrinhas para ultrapassar, mas não podemos esquecer que há uma raiz não muito boa e que influencia muito nossos alunos. Isso não significa que não tento mudar o que posso, só estou analisando claramente a realidade da sociedade em que vivemos, que é fortemente influenciada pela apelação da mídia.

domingo, 25 de novembro de 2007

Como percebi uma certa proximidade com as obras de Fernanda Laguna com a realidade de minhas turmas, resolvi pesquisar um pouco mais sobre ela, para também poder apresentá-la para meus alunos.
Sendo assim, encontrei algumas informações:



Fernanda Laguna nasceu em 1972, em Buenos Aires, Argentina. É professora de desenho e pintura na Escola Nacional de Belas Artes Prilidiano Pueyrredón. Em 2006 sua obra foi adquirida pelo Museu de Arte Latino-americano (MALBA), Buenos Aires, para fazer parte de sua coleção. As exposições individuais da artista foram: Fernanda Laguna no Espacio Tatlin, Buenos Aires; De Todo, Fundação Start, Buenos Aires (2000) e, nesse mesmo ano e local, Hernanda Vacun, Galeria Miniatura Minitienda. E assim sucedem-se participações em exposições coletivas no Uruguai, Argentina e Alemanha. Em 1999 abre junto com Cecilia Pavón o espaço de arte Belleza y Felicidad e realiza eventos de música, poesia, performance e outras mídias. Desde 1998 dirige com Cecília Pavón um editorial de poesia e conto de mesmo nome. Entre os anos 2000-2002 edita a revista mensal Belleza y felicidad.


Algumas obras de Fernanda Laguna:



Aplicando alguns conhecimentos...

O projeto curatorial da 6ª Bienal do Mercosul é composto por quatro projetos e um programa pedagógico.
Inicialmente, fomos à Mostra Conversas, que é uma exposição explorando a geografia cultural através de relações específicas entre obras de arte escolhidas por artistas.
Nesta mostra, fiquei conhecendo um espaço que me chamou a atenção pela possível relação que eu poderia fazer com meus alunos. Ali havia uma conversa entre as obras de Fernanda Laguna, Jorge Gumier Maier e Cecília Pavón que compartilham de uma estética que se apresenta como naif ou anti-conceitual, para o qual o primordial são sensações e interioridade do artista, ou seja, uma arte que existe para expressar os sentimentos, sem se importar com a opinião dos outros, se vão gostar ou não, se vão achar bonito ou não. Alberto Greco, artista dos anos 60 e 70, completa esse quarteto com uma obra em que a ‘arte’ está na seleção ou no enquadramento do cotidiano.
Essa mostra me deu algumas idéias de trabalhar a arte como uma maneira para meus alunos expressar seus sentimentos, sem uma preocupação com o belo e o bonito aos olhos dos outros, mas sim como Fernanda Laguna que transformou a sua obra em uma forma de expor seus sentimentos de maneira que pareça um diário.
Para a arte não conceitual, as obras devem fazer sentido apenas para quem a criou e isso que eu gostaria de propor às minhas turmas: uma exposição de sentimentos e de coisas que fizessem sentido para eles, sem se preocupar com a opinião dos colegas, (o que é muito comum entre as crianças) pois a arte seria para eles e não para os outros, assim, acredito que incentivaria a turma a valorizar mais as produções dos colegas, em vez de criticá-las.

Visitando a Bienal...

Durante a visita à Bienal do Mercosul, percebi que muitíssimas das obras não cumprem com as expectativas tradicionais da arte baseada na pintura, no desenho e na escultura. Muitas obras sequer cumprem com a suposição de que a arte exposta deva ser visual. Algumas obras utilizam sons, outras utilizam imagens em movimento e algumas ficam apenas na imaginação.
Além de prestigiar a Bienal, eu também pretendia, com a visitação, encontrar idéias que pudesse aplicar com minhas turmas a fim de trazê-las mais próximas a proposta da arte contemporânea e, dessa forma, fazer com que meus alunos percebessem a amplitude das artes, considerando seus mais variados movimentos e expressões. Na revista Nova Escola do mês de setembro, o curador da Bienal do Mercosul, Luis Camnitzer, afirma que “os professores podem se inspirar na curadoria pedagógica da mostra para preparar aulas mais criativas.”


segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Vivendo e aprendendo!!!


Eu simplesmente adorei a entrevista com a professora Tânia Fortuna. Aprendi muito sobre a importância da ludicidade na educação. Aprendi que uma experiência marcada pela ludicidade torna-se mais significante para o indivíduo, pois a brincadeira nos conecta com conosco mesmo e com o mundo, de forma que as atividades que envolvem a ludicidade se tornam mais importantes e atrativas, facilitando, assim, a aprendizagem.
Além disso, o ser humano gosta de se sentir sujeito em uma ação e necessitam estar uns com os outros, e isso o jogo possibilita: a ação do ser humano em um determinado grupo em que ele é sujeito de sua aprendizagem.

O brincar é uma construção social, sendo assim, as crianças da atual sociedade percebem o que o seu grupo social valoriza e este sendo absolutamente consumista, reflete este consumismo nas crianças.
Nossa sociedade valoriza mais o ter e menos o brincar, por isso, muitas crianças preferem colecionar brinquedos, sem se contentar com o que já possuem e nem mesmo brincam com seus brinquedos.
Nossas crianças, assim como nós adultos, também estão expostas à cultura consumista imposta pela mídia, o que os faz serem pequenos consumistas também: querem adquirir brinquedos não para satisfazer a vontade de brincar, mas para saciar a vontade de consumir, de ter, de adquirir. O que vemos, muitas vezes, são crianças com quartos abarrotados de brinquedos e, mesmo assim, sempre querendo mais e mais e, no entanto, não brincam.

Considerando que brincar é uma construção social, as crianças da atual sociedade percebem o que o seu grupo social valoriza e este sendo absolutamente consumista, reflete este consumismo nas crianças.
Nossa sociedade valoriza mais o ter e menos o brincar, por isso, muitas crianças preferem colecionar brinquedos, sem se contentar com o que já possuem e nem mesmo brincam com seus brinquedos.
Nossas crianças, assim como nós adultos, também estão expostas à cultura consumista imposta pela mídia, o que os faz serem pequenos consumistas também: querem adquirir brinquedos não para satisfazer a vontade de brincar, mas para saciar a vontade de consumir, de ter, de adquirir. O que vemos, muitas vezes, são crianças com quartos abarrotados de brinquedos e, mesmo assim, sempre querendo mais e mais e, no entanto, não brincam.

Em sua entrevista, a professora Tânia nos explica que a inserção de atividades lúdicas na escola produz grandes significados no processo de ensino-aprendizagem, fazendo com que o professor goste mais de ensinar e que o aluno goste mais de aprender. Por meio das brincadeiras é possível chegar-se ao sucesso escolar, o qual garante a inclusão escolar e, conseqüentemente, a inclusão social, e esta seria a alavanca para uma mudança das relações entre os homens, que se tornariam agentes de sua própria aprendizagem, além de mais cooperativos, mais racionais e mais criativos.

domingo, 4 de novembro de 2007

Colocando em prática...

Na semana anterior coloquei em prática as atividades da aula de Teatro e os resultados superaram minhas expectativas. Percebi como as crianças se sentiram mais à vontade com a iniciação proposta pela interdisciplina.
Para iniciar realizei apenas as atividades que nós trabalhamos na aula presencial e a interpretação de uma cena de nosso cotidiano, mas não falei com eles a respeito de teatro, tratei como sendo brincadeiras. Acredito que, como era a iniciação. Era necessário que não houvesse nenhuma barreira e se eu falasse em teatro, provavelmente as crianças mais tímidas já criariam uma barreira.
Nesta atividade todas as crianças participaram ativamente, ao contrário das outras vezes em que trabalhei com teatro, onde os mais desinibidos acabavam “roubando a cena”.
A semente está plantada, basta agora fazê-la germinar!!!

Encantos para sempre!!!

Nesta semana, durante a leitura do texto “Encantos para Sempre”, aprendi algumas coisas que julguei importantíssimas e, por isso, resolvi compartilhá-las. Inicialmente, foi surpresa para mim em saber que os contos são criações populares, inicialmente contados e recontados na oralidade e que não tinham o objetivo de atender às crianças como seu principal público alvo. Além disso, fiquei surpreendida em descobrir que já há relatos de uma versão de Cinderela no antigo Egito. Nossa! Sua origem deve ser realmente antiga!!!Nunca que eu poderia imaginar que a insistência do sangue feminino nas histórias da Branca de Neve e da Bela Adormecida, assim como o vermelho e a rosa em Chapeuzinho Vermelho e em A Bela e a Fera, fossem vestígios da primeira menstruação, assim como O pé-de-feijão que cresce incontrolavelmente durante a noite, a torre alta que se ergue solitária pudessem ser alusão aos ritos da puberdade masculina. Maneiras que as sociedades primitivas utilizavam para marcar os ritos de passagem de uma idade para outra, e as marcas da iniciação sexual. Freud explica!!!
Interessante em saber que essas histórias "corriam o mundo" e que inspiraram vários autores a criar os Contos de Fadas que hoje narramos aos nossos alunos e que eles adoram.