No enfoque III da Interdisciplina de Questões Étnico-Raciais, trabalhamos com a história e cultura dos afro-descendentes no Brasil. Para compreender a auto imagem, a identidade étnica e a auto-estima de nossos alunos realizamos entrevistas com alunos afro-descendentes. A proposta era perguntar como eles se sentiam como alunos negros na escola, mas fiquei com um pouco de receio de fazer a pergunta diretamente às crianças, pois percebi na atividade com o mosaico que eles não se auto-identificam como negros, até falam que seus avós ou pais são negros, mas eles são morenos ou bugres. Então já lembrei de um caso, há alguns anos atrás, em que uma colega professora quase foi denunciada por racismo por ter dito que a criança era negra e não morena e a criança chegou em casa dizendo que a professora tinha o chamado de negro, como se isso fosse uma coisa feia.
Devido a isso, para iniciar a entrevista, preferi não fazer a pergunta diretamente, mas perguntar qual era a sua cor, assim poderia sentir qual era a postura do aluno entrevistado frente a sua auto imagem. Percebo que quando as crianças são pequenas não sentem a discriminação, ou melhor, não têm consciência do motivo dos colegas não brincarem com eles, de ficarem sozinhos no recreio, de ficarem sem duplas, de alguns não gostarem dele. Alguns até justificam a discriminação por serem pobres, mas não por serem negros, isso mostra que ainda há uma consciência enraizada no período histórico em que ser negro é ser inferior, por isso preferem não se ver como negros por medo da rejeição, preferem não assumir a sua identidade étnica, até mesmo por que em nossa escola há poucos alunos negros, em sua grande maioria são pardos, então é mais fácil se sentir igual ao seu grupo.
Neste campo, não será demais lembrar que apenas a educação pode mudar valores, contribuindo para a valorização da diversidade e a construção de um senso de respeito recíproco entre os grupos que formam esta rica mistura de identidades culturais chamada Brasil.
Devido a isso, para iniciar a entrevista, preferi não fazer a pergunta diretamente, mas perguntar qual era a sua cor, assim poderia sentir qual era a postura do aluno entrevistado frente a sua auto imagem. Percebo que quando as crianças são pequenas não sentem a discriminação, ou melhor, não têm consciência do motivo dos colegas não brincarem com eles, de ficarem sozinhos no recreio, de ficarem sem duplas, de alguns não gostarem dele. Alguns até justificam a discriminação por serem pobres, mas não por serem negros, isso mostra que ainda há uma consciência enraizada no período histórico em que ser negro é ser inferior, por isso preferem não se ver como negros por medo da rejeição, preferem não assumir a sua identidade étnica, até mesmo por que em nossa escola há poucos alunos negros, em sua grande maioria são pardos, então é mais fácil se sentir igual ao seu grupo.
Neste campo, não será demais lembrar que apenas a educação pode mudar valores, contribuindo para a valorização da diversidade e a construção de um senso de respeito recíproco entre os grupos que formam esta rica mistura de identidades culturais chamada Brasil.
Um comentário:
Ótimas colocações Luceel :-)
Como sugestão te coloco o seguinte:
Quando falas "não será demais lembrar que apenas a educação pode mudar valores, contribuindo para a valorização da diversidade e a construção de um senso de respeito recíproco entre os grupos que formam esta rica mistura de identidades culturais chamada Brasil." tente acrescentar exemplos. Como a educação pode mudar valores? Como você tem feito para mudar valores, contribuindo para a valorização da diversidade e a construção de um senso de respeito recíproco?
Beijos
Melissa
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