domingo, 28 de outubro de 2007

Algumas reflexões...


Esta semana parei para refletir sobre o reflexo de algumas mudanças que realizei com minhas turmas. Acho que estou conseguindo fazer com que meus alunos sintam prazer com a leitura. Desde a primeira aula de Literatura Infanto Juvenil, eu tentei alterar algumas coisas que vinha fazendo sem perceber que não eram tão corretas assim...Agora, seguidamente, eu seleciono uma história para contar aos meus alunos e não realizo atividades sobre elas, para que as crianças aproveitem a história pelo prazer que ela possa lhes proporcionar e que não fiquem preocupados com os trabalhos que farão.

Percebi que já ocorreu mudança... Eles aguardam ansiosos pelo dia da história e, no momento de leitura, geralmente procuram ao livro que foi narrado pela professora. Chegam a fazer “ordem de leitura” do tal livro. Para mim isso já é um grande progresso!!! Estimular o prazer e o gosto pela leitura, no momento, é meu maior objetivo.

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

A importância do Maravilhoso na Literatura Infantil

Com as leituras realizadas, pude constatar como é importante o uso de histórias que envolvem o Maravilhoso, ou seja, todas as situações que ocorrem fora do nosso entendimento de espaço e tempo ou realizada em local vago ou indeterminado na terra. Tais fenômenos não obedecem as leis naturais que regem o planeta.
Em um site de Literatura Infantil, descobri que Maravilhoso sempre foi e continua sendo um dos elementos mais importantes na literatura destinada às crianças. Através do prazer ou das emoções que as histórias lhes proporcionam, o simbolismo que está implícito nas tramas e personagens vai agir em seu inconsciente, atuando pouco a pouco para ajudar a resolver os conflitos interiores normais nessa fase da vida.
A Psicanálise afirma que os significados simbólicos dos contos maravilhosos estão ligados aos eternos dilemas que o homem enfrenta ao longo de seu amadurecimento emocional. É durante essa fase que surge a necessidade da criança em defender sua vontade e sua independência em relação ao poder dos pais ou à rivalidade com os irmãos ou amigos.

domingo, 21 de outubro de 2007

Contos de Fadas

O trabalho sobre os elementos da narrativa do conto da Cinderela, me motivou a procurar algumas informações quanto a sua primeira versão e algumas características dos contos de fadas. Encontrei as seguintes características:


  • Podem contar ou não com a presença de fadas, mas fazem uso de magia e encantamentos;

  • Seu núcleo problemático é existencial (o herói ou a heroína busca a realização pessoal);

  • Os obstáculos ou provas constituem-se num verdadeiro ritual de iniciação para o herói ou heroína;

  • Sua origem é celta.

Ao pesquisar sobre Cinderela, descobri um pouco mais sobre Charles Perrault, que sempre viveu em Paris e morreu aos 75 anos. Foi membro da alta burguesia. Perrault foi imortalizado por criar uma literatura de cunho popular que caiu no gosto infantil e contou também com a aprovação dos adultos. Com pouco mais de 50 anos, trocou o serviço ativo pela educação dos filhos. Movido por esse desejo, começou a registrar as histórias da tradição oral contadas, principalmente, pela mãe ao pé da lareira.
Com quase 70 anos, publicou um livro de contos conhecido, na época, como "contos de velha", "contos da cegonha" ou "contos da mamãe gansa", sendo o último o título por que ficou conhecida a obra em todo o mundo. A primeira edição, de onze de janeiro de 1697, recebeu o nome de "Histórias ou contos do tempo passado com moralidades", que remete à famosa moral da história presente ao final de cada texto.
Com redação simples e fluente, as histórias eram adaptações literárias que traziam ao final conceitos morais em forma de verso. Essa perspectiva promove, desde a fase inicial, na chamada literatura infantil a existência de um teor pedagógico associado ao lúdico.Os "Contos da mamãe gansa" se constituem de uma coletânea de oito histórias, posteriormente acrescidas de mais três títulos, ainda que num manuscrito de 1695, só encontrado em 1953, constassem apenas cinco textos. Os contos que falam de princesas, bruxas e fadas trazem histórias que habitam até hoje o imaginário infantil como "A Bela Adormecida", "Chapeuzinho Vermelho", "Cinderela", dentre outros.


Charles

Perrault

Rodas Cantadas

Durante algumas pesquisas na Internet aprendi um pouco mais sobre a grande importância das rodas cantadas no desenvolvimento das crianças, pois elas são umas das primeiras manifestações do espírito associativo das crianças. São também um dos melhores meios na sua educação musical, e ótimo veículo de transmissão das tradições através das gerações.
As mães e as avós ensinam às crianças as cantigas de roda que cantaram na sua infância. Eu nem imaginava que as cantigas de roda têm influência dos nossos antepassados portugueses e africanos. Por isso é de suma importância que a escola também proporcione momentos em que essa cultura popular seja evidenciada e valorizada, para que não caiam no esquecimento ou que não sejam apenas parte do folclore de antigamente.

Brinquedo ou brincadeira?

A atividade de Ludicidade me vez ver que, hoje, o jogo é um poderoso instrumento educativo, uma das mais completas formas de preparação para a vida real. Brincando forma-se o caráter integral da criança, do adolescente. Os jogos tradicionais infantis compreendem brinquedos ou brincadeiras. Consegui estabelecer as seguintes diferenças entre ambos:
  • Brinquedos são aqueles em que não há disputa, brinca-se por brincar. Joga-se por jogar. Brincar com boneca, cata-vento, aro de rodar, papagaio (pipa ou quadrado), ronda, cirandinha...
  • Brincadeiras são aqueles jogos em que há disputa, que provoca o desejo de ganhar, de vencer: bolinha de gude, unha de mula, ou sela-corrente, carniça, amarelinha, roda de pião, futebol de bola de meia.

Novas descobertas!!!

Para a realização da atividade da Interdisciplina de "Ludicidade e Educação", eu realizei algumas leituras sobre a importância dos jogos e brincadeiras para o desenvolvimento das crianças e aprendia que muito mais do que proporcionar diversão e passatempo, os jogos infantis como pega-pega, esconde-esconde, amarelinha, entre outros menos conhecidos, podem ser utilizados para ajudar a desenvolver, nas crianças, a linguagem, a motricidade, a socialização, a concentração e a memória.
Os brinquedos são de vital importância para o desenvolvimento e a educação da criança, por propiciar o desenvolvimento simbólico, estimular sua imaginação, sua capacidade de raciocínio e sua auto-estima. Podem ser utilizados em tratamento psicoterápico com crianças com problemas emocionais causados por fatores variados, ou que apresentam distúrbios de comportamento ou baixo rendimento escolar. Carrinhos em miniatura, bonecas, bolas, ursos de pelúcia, ioiôs são exemplos de brinquedos. O ato de brincar em si, geralmente não exige um brinquedo, que seja um objeto tangível, pode acontecer como jogos simbólicos (faz-de-conta).

domingo, 14 de outubro de 2007

Registro de aprendizagens...



Eu gosto de trabalhar com teatro com minhas turmas, mas sempre ficava pensando como poderia ajudar àquelas crianças que são mais tímidas, mais retraídas a também aprender com o teatro e, muitas vezes, ficava frustrada, pois as crianças mais desinibidas acabavam "tomando conta" da peça e delegavam pequenas funções aos que mais precisavam desenvolver este lado!
Com a nossa aula presencial de Teatro, eu percebi que para haver uma interação plena com as Artes Cênicas é preciso partir de um certo ponto inicial, até que se consiga uma descontração maior e que se sinta prazer com o teatro, pois ele trabalha a integração da criança consigo mesma e com o mundo à sua volta, através de exercícios, estimulando o interesse, a investigação, o senso analítico, a criatividade na articulação da sua própria opinião e o desenvolvimento do seu potencial expressivo. Aprendi algumas técnicas que auxiliarão meu trabalho em sala de aula, e que ajudarão na "Improvisação para o teatro":

***

1. Espreguiçar, alongar, caminhando pelo espaço. Sair do "estado-cadeira", bem sentado, só pensativo, para um estado mais dinâmico, mais preparado para o jogo.


2. Cumprimentar um colega espreguiçando, soltando o ar pela boca, como um bocejo. Divertir-se no contato com o outro, com os demais colegas, jogando.


3. A turma de "felinos", se espreguiçando, bocejando, lançando um rugido no ar. Pode ser feito com dois grupos, frente a frente. Lembrar do rugido e do corpo em atitude de felino. Sempre lembrar que o corpo deve estar integrado na ação.


4. Brincadeira do "Chefe manda". O líder dá as instruções para o grupo: chefe mandar caminhar,chefe manda parar, chefe manda sentar no chão... etc. Quando o líder NÃO DIZ a frase "chefe manda" o grupo não obedece. É um bom exercício para concentrar, prestar atenção no comando e, também, divertir-se com os enganos...


5. Caminhada pelo espaço, com boa dinâmica, foco, orientação, mudança de direção.


6. Caminhada pelo espaço com "stop-congela", concentrado.


7. Caminhadas com "stop" e congela, explorando os níveis - bem alto, na ponta dos pés,no nível normal, no nível médio (abaixando-se), bem baixo e até no chão.


8. Caminhadas com "stop", níveis e direção do gesto e do olhar para um colega. Começam a se formar as composições, de forma aleatória.


9. Caminhadas com "stop" contando 10 tempos - 1, 2, 3... e no 10º tempo a pessoa congela e estará tocando um colega, um contato, alguma parte do corpo com apoio etc.


10. Daí estarão divididos em dois grupos – entra o primeiro grupo e se desloca em dez tempos,congela. Entra o segundo, se desloca em dez tempos e congela. Recomeça o primeiro, novo deslocamento até nova composição. Recomeça o segundo, assim sucessivamente. Sempre haverá um grupo parado, "congelado" e outro que se desloca, alterando a composição. Lembrem que há espaços como obstáculos para serem explorados - passar entre as pernas, por baixo de um braço erguido, rastejar ao lado de alguém, apoiar-se em alguém que está abaixado etc.


11. Palco-platéia: entra um integrante, compõe a sua escultura. Entra um segundo que complementa, entra um terceiro, assim por diante, até formar uma composição com 6, 7 ou 8 pessoas.


12. Entra um integrante, compõe a sua escultura. Entra um segundo, um terceiro e um quarto integrante. A seguir sai o primeiro que entrou, entra um novo integrante, sai o segundo, entra um novo, sai o terceiro, e assim por diante, e vai alterando a composição a cada vez que entra um e sai outro.


13. Formam-se os grupos e cada grupo escolhe três imagens para mostrar para a platéia – lembrar de não tapar o colega, de explorar os níveis, as linhas de tensão para não ficarem grudados uns nos outros etc.


.14. Grupos - cada grupo escolhe um tema e mostra em cinco fotos (passando de uma foto para outra com a transição - contando os tempos, cantando uma música ou em silêncio) Faço uma listagem rápida das situações que surgiram para nossa lembrança (acho que não vou lembrar de todos): "o salão de beleza", "a traição e o crime, a justiça", "o assalto e a fuga com a bolsa", "a orquestra e a cantora", "a festa de aniversário com a comilança", fotos de família.


No site artes.com encontrei a seguinte explicação sobre a importância do teatro para o desenvolvimento das crianças:

"Através do desenvolvimento artístico e da ambientação cultural pode-se proporcionar ao indivíduo um crescimento equilibrado, atendendo às diversas solicitações de um ser em formação, trabalhando sistematicamente sensações, sentidos e sentimentos, razão, emoção, pensamento e ação, corpo, som e espaço, dentre outros aspectos do vasto universo da percepção e da sensibilidade, na construção de uma vida adulta consciente e integrada."

sábado, 13 de outubro de 2007

Para saber mais!!!

Sempre admirei muito o trabalho de Tarsila do Amaral, suas temáticas, as cores, que Carlos Drummond tão bem definiu: “O amarelo vivo, o rosa violáceo, o azul pureza, o verde cantante”... mas nunca tinha me aprofundado em sua história. Com o trabalho de Artes Visuais, aproveitei para conhecer melhor ainda a sua arte e um pouco de sua vida:

Tarsila nasceu em 1887 dentro de uma família abastada do interior de São Paulo. Cresceu como uma princesa e foi educada dentro de padrões próprios para as donzelas bem-nascidas da época. Com pouquíssima idade casou-se pela primeira vez. Desse casamento nasceu sua filha Dulce. Pouco tempo depois se separou e anos mais tarde conseguiu a anulação para seu casamento. Em Paris, estudou artes plásticas e elaborou quadros acadêmicos. De volta ao Brasil conheceu os modernistas da Semana de 22, entre eles Oswald Andrade e Mario Andrade. Pouco tempo depois casou-se com Oswald Andrade. Neste período, criou a mais importante obra artística brasileira do movimento antropofágico "O Abaporu". A crise de 1929, acabou com a fortuna de Tarsila e Oswald e tempos depois eles se separaram. Tarsila morreu em 1973 deixando para o país um exemplo de valorização da amizade, do patriotismo e da cultura aos ministrar em suas obras as cores caipiras de sua infância, lendas, amigos e a sociedade.



Aproveitei para me deliciar no site Tarsila do Amaral.

Novas descobertas!!

É até com uma certa vergonha que devo confessar que eu não tinha idéia nenhuma sobre as diferenças entre Escola Tecnicista, Escola Nova e Proposta Triangular. Quando comecei a estudar sobre elas senti até um certo desconforto em perceber que sempre trabalhei com um pouco de cada uma delas, mas sem entender seu verdadeiro propósito. Reconheci que várias vezes fiz atividades de trabalhos manuais ou para o desenvolvimento de algumas destrezas, ou ainda primei pela livre-expressão, achando que assim estaria contribuindo para desenvolver a criatividade de meus alunos. Nossa!! Hoje percebo a importância de trazer a arte para dentro das vivências dos alunos, de forma que seja significante para suas vidas e os façam compreender melhor o mundo onde vivem. Já estou com mil idéias de releituras para fazer com minhas turmas, só não se se encontrarei subsídios para isso em minhas escolas. Acho que vou aproveitar algumas estátuas que há em minha cidade!!!

Abaporu - Este é o quadro mais importante já produzido no Brasil. Tarsila pintou um quadro para dar de presente para o escritor Oswald de Andrade, seu marido na época. Quando viu a tela, assustou-se e chamou seu amigo, o também escritor Raul Bopp. Ficaram olhando aquela figura estranha e acharam que ela representava algo de excepcional. Tarsila lembrou-se então de seu dicionário tupi-guarani e batizaram o quadro como Abaporu (o homem que come). Foi aí que Oswald escreveu o Manifesto Antropófago e criaram o Movimento Antropofágico, com a intenção de "deglutir" a cultura européia e transformá-la em algo bem brasileiro. Este Movimento, apesar de radical, foi muito importante para a arte brasileira e significou uma síntese do Movimento Modernista brasileiro, que queria modernizar a nossa cultura, mas de um modo bem brasileiro. O "Abaporu" foi a tela mais cara vendida até hoje no Brasil, alcançando o valor de US$1.500.00. Foi comprada pelo colecionador argentino Eduardo Costantini.

Fonte: Site Tarsila do Amaral



segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Terceira semana...

Para a realização da atividade 1 da interdisciplina de Música na Escola, eu pesquisei um pouco sobre o que a música representa para os bebês.Descobri que mesmo antes do nascimento, a música já faz parte das vivências humanas. Dentro da barriga da mãe as preferências vão para os sons suaves e harmoniosos. Não apenas porque os fetos são pequenos ouvintes, mais frágeis e mais sensíveis, mas também porque a música serve como elo de ligação entre o mundo uterino e o mundo exterior. O efeito calmante da música nos fetos está comprovado através de várias experiências, o mesmo se poderá dizer em relação ao seu poder na estimulação da inteligência.
Mais calmos, mais sensíveis, mais inteligentes... Serão provavelmente assim as crianças que, desde cedo, se familiarizarem com a música. Mas, para isso, é necessário que as mães permitam que os seus bebês, muito antes de nascerem (no verdadeiro sentido do termo) nasçam para a música.




quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Segunda semana...

Nesta segunda semana, estou realizando a atividade sobre Poesias, na interdisciplina de Literatura Infanto Juvenil. Com isso, eu percebi que as poesias que trabalhamos com as crianças não podem ser apenas com fim moralizador ou temas patrióticos ou ainda para ensinar a ter hábitos de higiene. Poesia é muito mais do que isso!
Poesia para as crianças é o brincar que elas tanto gostam, só que com as palavras. Palavras que, combinadas, inventam novos sentidos e constroem sons, ritmos e imagens diferentes. A criança está sempre em busca de experiências e a poesia é uma forma nova de descobrir a vida, explorando o mundo fascinante dos sons e das idéias.
Poesia e universo infantil têm muitos pontos em comum, especialmente a grande carga afetiva, as imagens, a fantasia e a sensibilidade. A linguagem poética faz parte naturalmente da linguagem da criança que se comunica com o mundo de maneira informal e lúdica.

"A leitura de poemas tem um poder encantatório, acalma e desperta a sensibilidade dos pequenos. Eu já fiz crianças dormirem por meio de poemas. Ler poemas em voz alta por várias vezes acaba virando música"

Sylvia Manzano