quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Temas Geradores...

Não há como falar de Paulo Freire sem falar no Método Paulo Freire...


Não sabia muito bem sobre esse método, mas após o enfoque temático 5 da Interdisciplina de Didática, Planejamento e Avaliação aprendi que este método é a adequação do processo educativo às características do meio. No vídeo, vimos que depois de localizar e recrutar adultos analfabetos de uma comunidade, iniciava o trabalho de entrevista com os inscritos. Nestas entrevistas, registravam-se as palavras dos entrevistados que se referiam as suas experiências de vida local: questões sobre experiências vividas na família, no trabalho, nas atividades religiosas, políticas, recreativas etc. O conjunto da entrevista fornecia a equipe de educadores uma extensa relação de palavras da realidade daquela comunidade e dos alunos, permitindo que o educando trouxesse para a sala de aula a sua visão do mundo e da realidade.
Estas palavras, então chamadas de Temas Geradores, apontavam as utopias que moviam os alunos e as discussões das situações sugeridas pelas palavras ou temas geradores, permitia que o educando se conscientizassem da realidade em que vivia e de sua participação na transformação dessa realidade, o que tornava mais significativo e mais eficiente o processo de alfabetização, pois segundo Freire, ninguém começa lendo a palavra, as pessoas começam lendo o mundo; antes da palavra aqueles alunos tinham um mundo para ler.
O grande legado de Paulo Freire para a educação é que o aluno pudesse participar mais e que esse educação não estivesse aprisionada dentro de uma escola, mas que envolvesse todos os setores da sociedade.

Mestre Paulo Freire!

"Não é possível refazer este país, democratizá-lo, humanizá-lo, torná-lo sério, com adolescentes brincando de matar gente, ofendendo a vida, destruindo o sonho, inviabilizando o amor. Se a educação sozinha não transformar a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda."
( Paulo Freire )
Este semestre tivemos novamente a oportunidade de aprofundar nossos estudos sobre o mestre Paulo Freire. Ele é considerado um dos grandes pedagogos da atualidade e respeitado mundialmente com uma incomparável contribuição em favor da educação popular. A partir das leituras realizadas e dos vídeos assistidos, percebe-se o quanto o legado deste educador enfatiza o aspecto sócio, político e cultural da educação, contribuindo para uma verdadeira valorização da cultura popular, pois a proposta de Paulo Freire tem o objetivo de possibilitar uma real participação do povo enquanto sujeito de todo um processo cultural.
Para Freire a educação é um processo de problematização da realidade, do enfrentamento e de questionamentos dos problemas que envolvem o indivíduo, o diálogo com o meio, sobre os desejos, as necessidades, as perspectivas de mudanças, os instrumentos, as dificuldades, as características, os detalhes de um mundo percebido e carente de transformações.

Prós e contras da inclusão dos surdos na escola regular

Hoje, fala-se muito em inclusão como uma forma de diminuir as diferenças, mas o que ocorre com as crianças e adolescentes surdos que vão para as escolas regulares é uma falsa inclusão. Esses estudantes têm suas potencialidades pouco desenvolvidas, pois estas escolas possuem uma visão ouvinte da educação e não tomam como princípio norteador de sua educação a cultura surda, mas sim a cultura prevalecente, ou seja a cultura ouvinte, que defini-se sempre por um ensino descontextualizado, sem aprendizagem significativa, apenas mecânica, e portanto desconectada da realidade dos educandos surdos. No entanto, para que a inclusão realmente seja eficiente e que atenda às expectativas da comunidade surda, não adianta apenas contratar intérpretes para as aulas, a escola precisa rever todo o seu processo educacional de forma que atenda às necessidades dos estudantes surdos, aplicando recursos suficientes para a realização de ações pedagógicas que auxiliem no desenvolvimento cognitivo desses alunos.
Quando as crianças surdas têm sua iniciação escolar com um professor também surdo, as possibilidades de sucesso deste indivíduo são muito maiores do que daquelas crianças que são falsamente incluídas em escolas normais inclusivas, pois terá neste profissional um marco referencial de que ser surdo não limita e tampouco desqualifica qualquer pessoa.

Reflexão... algo pessoal!!!

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Pedagogia de Projetos!

Gostaria de relembrar alguns aspectos positivos da Pedagogia de Projetos. Esse novo método de desenvolver projetos oportuniza novas formas de ensinar e aprender, pois é desenvolvido a partir das dúvidas e das perguntas dos alunos e quem o desenvolve são os próprios alunos, tentando responder as suas dúvidas, por meio de pesquisas e interação, diretamente conectadas com seus interesses. Pensando na minha prática pedagógica, percebi que o objetivo deste tipo de trabalho é proporcionar aos educandos a possibilidade de escolher o assunto que gostariam de aprender, desenvolver o hábito da pesquisa e investigação além de interagir em ambientes informatizados, sentindo-se motivados a desenvolver a pesquisa de forma interdisciplinar e cooperativa.
Considerando que a Pedagogia de Projetos dá a atividade de aprender um sentido novo, onde as necessidades das aprendizagens nascem nas tentativas de resolver situações problemáticas, um projeto gera situações de aprendizagens ao mesmo tempo reais e diversificadas tanto na Educação Infantil quanto no Ensino Fundamental e Médio, pois possibilita que os alunos, ao decidirem, opinarem, debaterem, construam sua autonomia e aprendam a aprender com um grau maior de autoconsciência e independência.

A educação de surdos!


Durante os estudos realizados na unidade 3 da Interdisciplina de Libras, percebi que muitas escolas para surdos, deixam a desejar no momento em que estruturam seu projeto pedagógico aos olhos dos ouvintes, os quais elaboram e analisam toda a estruturação do processo de ensino de acordo com a visão dos ouvintes, que difere e muito da visão do surdo e da maneira como este percebe a sua cultura e a sua identidade.
Nos textos estudados, percebe-se a grande importância de as escolas de surdos terem em seu quadro funcional profissionais que dominem a Língua de Sinais, ou ainda e quem sabe preferencialmente, professores surdos e com domínio da Língua de Sinais, visto que esta escola para surdos não deve apenas estar preparada para ensinar os conteúdos pré-estabelecidos para cada série, mas sim apresentar a essa criança surda a identidade, a língua, a história, a arte, a comunidade e a culturas surda, tudo isso focalizado e entendido a partir da diferença, a partir do seu reconhecimento político e da sua valorização como diferente e não como inferior por estar na condição de diferente.

Ao ler o documento “A educação que nós, surdos, queremos e temos direito”, percebi que, para realmente falarmos em uma educação para surdos, é necessário oferecer condições de qualidade educativa para as pessoas surdas, a fim de que possam se desenvolver conforme suas potencialidades e, tal situação só poderá ocorrer de fato no momento em que a opinião do surdo seja respeitada!

Trocando experiências na aula da EJA...

Em nossa última aula de EJA, apresentamos as conclusões obtidas ao longo do nosso trabalho de pesquisa nas escolas onde há a Educação de Jovens e Adultos. Para mim, ficou evidente que toda a teoria estudada foi fundamental para a compreensão dos dados coletados com os alunos da EJA.
De modo geral, conseguimos ver o aluno da EJA com um olhar diferente, pois aprendemos que este aluno é normalmente aquele que foi excluído da escola ou que se excluiu, por ter problemas de comportamento, dificuldades de aprendizagem, repetências consecutivas, desinteresse...
Na teoria de Martha K. de Oliveira (p59) vimos que “o aluno da EJA geralmente o migrante que chega às grandes metrópoles provenientes de áreas rurais empobrecidas, filho de trabalhadores rurais não qualificados e com baixo nível de instrução escolar.” Afirmação que constatamos com as entrevistas feitas na saída de campo, pois apenas um aluno é Sapiranguense, os demais vieram em busca de emprego. Alguns começaram a trabalhar ainda crianças e não tiveram oportunidade de estudar.
Enfim, deparamos-nos com diversas realidades, idades diferentes e cada um com uma história de vida diferente e almejam uma vida mais digna melhor. Os alunos da EJA que entrevistamos estão cientes de que para conseguir um emprego melhor ou até mesmo para poder se comunicar ou ler uma revista, bula de um remédio e ajudar seu filho nos deveres de casa é necessário estudar.