terça-feira, 27 de outubro de 2009

Práticas de Leitura, Escrita e Oralidade no Contexto Social

Na Interdisciplina de Linguagem e Educação trabalhamos sobre as práticas de leitura, escrita e oralidade no contexto social. Nossa atividade foi pedir que uma criança ou um adulto em fase inicial de escolarização contasse uma história para que pudéssemos transcrever a narrativa, analisando-a de acordo com a teoria estudada. A criança escolhida é uma menina, tem 5 anos e estuda em uma escola de Educação Infantil, filha de uma colega de escola.
Durante a narrativa, a menina usou uma entonação de voz diferente. A cada “daí” que ela dizia, ela criava um tom de suspense, provável reflexo das narrativas que ela está habituada a ouvir, pois percebi que já está adquirindo as noções dos usos e do funcionamento da linguagem.
Com base na leitura realizada, percebi que ela já consegue compreender a variação da linguagem no momento em que tem a intenção de narrar alguma história, diferentemente da maneira em que ocorre em uma simples conversa.
Pude analisar que ela usou vários elementos dos contos de fadas e narrou a história com grande propriedade, próprio da criança que desde os primeiros anos de vida já convive com o mundo literário, mas para isso, o papel dos professores e dos pais é fundamental. São eles que irão inserir a criança neste universo e desenvolver o gosto em ouvir e contar histórias. "O ideal é que ele seja um verdadeiro co-construtor das narrativas, incentivando a criança a avançar nos recursos que utiliza em suas construções", diz Maria Virgínia.
Com essa atividade, constatei que ao ouvir as narrativas das crianças percebemos uma das características mais vivas do pensamento da criança: o sincretismo, ou seja, a liberdade de associar elementos da realidade segundo critérios pessoais, pautados principalmente por afetividade, observação e imaginação.
Após a narração da história, hora de desenhar...

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Desafios da Educação de Jovens e Adultos


Durante o fórum da Interdisciplina de Educação de Jovens e Adultos no Brasil, debatemos muito sobre o grande desafio e a grande responsabilidade de ser um professor da EJA. Digo que ser professor da EJA é uma grande desafio, pois para os adultos das camadas populares, a escolarização tem uma prioridade bem menor do que as questões de sobrevivência, como habitação, saúde, emprego, alimentação, transporte.
Mas, com a leitura do texto “Alfabetização de adultos: ainda um desafio” de Hara Regina, percebi que trazendo o cotidiano destes adultos para a sala de aula, até mesmo os alunos com mais dificuldade de aprendizagem, com pouca oralidade, poderão falar e participar com segurança, fazendo com que as dificuldades diminuam, pois quando se toma como ponto de partida o que estes adultos sabem, em vez de partir do que ignoram, percebe-se que a aprendizagem é construída pelo sujeito através das suas relações com o meio, assim como ocorre com as crianças.

Práticas de Leitura, escrita e oralidade no contexto social

Durante a realização de uma atividade da Interdisciplina de Linguagem e Educação, fomos instigados a pensar sobre o a ausência do letramento social em nossas escolas e a prevalência apenas do letramento escolar.
Percebi, com isso, que atualmente tão importante quanto conhecer o funcionamento do sistema de escrita é poder se engajar em práticas sociais letradas, respondendo aos inevitáveis apelos da atual cultura.
A partir da leitura do texto “Modelos de letramento e as práticas de alfabetização na escola” (KLEIMAN, 2006), constatei que a importância das práticas sociais de leitura enfatiza as diferenças entre as modalidades da língua oral e da língua escrita e demonstram como muitas crianças se apropriam da linguagem escrita através do contato com diferentes gêneros textuais, explorando através de suas interações com adultos alfabetizados a leitura e a produção de textos, mesmo antes de estarem alfabetizadas da forma convencional, enquanto que outras, apesar de alfabetizadas, não apresentam domínio da linguagem utilizada nas formas de comunicação oral. Analisando, assim, que as práticas de alfabetização nem sempre são capazes de promover a inserção dos alunos na cultura da leitura e da escrita, a escola deve buscar ser um espaço de abertura para outras formas do conhecimento, para ampliar o mundo social das crianças e também os múltiplos modos de mostrar, aprender, discutir e conhecer as diferentes linguagens sociais.