terça-feira, 29 de setembro de 2009

Fordismo e Taylorismo na educação?

Taylor e Ford abriram caminho para que a Capitalismo Industrial atingisse novos patamares. Mas qual a relação disso com a educação?


Eu já conhecia os princípios do Fordismo e do Taylorismo, mas não imaginava que isso pudesse ter alguma relação com a educação escolar. Depois de ler o texto de Santomé, percebemos que este chama a atenção para as mudanças que começam a ocorrer durante o século XX sobre a necessidade de introduzir as questões sociais e os problemas do dia-a-dia no trabalho curricular de sala de aula e dentro das escolas, pois até então havia um distanciamento entre a realidade e as instituições escolares. Os conteúdos que formaram o currículo escolar eram trabalhados de forma isolada, ignorando que o verdadeiro sentido da escola existir é o de preparar cidadãos para compreender, julgar e intervir na sua comunidade, de uma forma responsável, justa, solidária e democrática.
Nunca imaginei que a educação sofresse influências das filosofias do Taylorismo e do Fordismo. Percebi que os alunos estão desmotivados, provavelmente porque suas vivências, interesse, saberes e ritmos não estão sendo respeitados. Por isso, acredito que para garantir uma educação de qualidade com aprendizagens significativas, os sistemas educacionais necessitam rever suas propostas de ensino, buscando uma integração curricular não fragmentada durante todo o processo educativo.
A influência do Taylorismo na educação moderna gerou alguns problemas que precisam ser revistos pelos educadores e toda a comunidade escolar: as metodologias pedagógicas precisam ser revistas, pois, ao se subjugar aos reguladores das políticas educacionais que, de cima para baixo, elaboram sugestões, imposições, para nortear a educação ignorando as necessidades específicas de cada povo, evitam que as escolas trabalhem com liberdade desenvolvendo seu trabalho pautado no que é realmente preciso diante da realidade socioeconômica de sua clientela.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS

Quando eu soube que neste eixo VII teríamos uma Interdisciplina de Libras, fiquei bastante intrigada, imaginando como poderíamos ter uma aula de Libras à distância. Há alguns anos atrás eu fiz um curso de Libras, mas como não pratiquei acabei esquecendo quase tudo, infelizmente.
Na aula presencial, tivemos a oportunidade de aprender que Libras é a sigla da Língua Brasileira de Sinais. As Línguas de Sinais são as línguas naturais das comunidades surdas e ao contrário do que muitos imaginam, as Línguas de Sinais não são simplesmente mímicas e gestos soltos, utilizados pelos surdos para facilitar a comunicação. São línguas com estruturas gramaticais próprias.
A professora, usando a Língua Brasileira de Sinais, nos explicou que A LIBRAS tem sua origem na Língua de Sinais Francesa.
As Línguas de Sinais não são universais, ou seja, cada país possui a sua própria língua de sinais, que sofre as influências da cultura nacional, podendo haver variações até mesmo dentro do mesmo país, como é o caso do Brasil, pois como qualquer outra língua, ela também possui expressões que diferem de região para região. Alguns sinais comuns aqui no Rio Grande do Sul, não são conhecidos em outras regiões do país e vice-versa.
Para finalizar a aula, aprendemos o alfabeto Libras e algumas palavras. No início parecia muito difícil, mas aos poucos comecei a recordar de alguns sinais. Agora preciso voltar a praticá-los...

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Planejamento




Ao ler o texto "Planejamento: em busca de caminhos", encontrei várias relações com minha prática, pois assim como a autora, eu também estou, desde junho, atuando como coordenadora pedagógica do currículo (1º ano à 4ª série). Mas como a coordenação ainda é uma nova experiência, eu prefiro relatar as relações existentes com a minha prática docente, pois tenho mais subsídios e experiências para relatar.
Atualmente, não realizamos mais planos de curso e de unidades, pois eles são elaborados pela secretaria de educação, com todos os conteúdos a serem desenvolvidos em cada trimestre, conhecidos como planos de estudos. Com base nestes planos de estudos, desenvolvemos nossos projetos pedagógicos e planos de aula diários, de forma a contemplar os conteúdos neles especificados. Nos projetos pedagógicos temos uma abertura maior para escolher uma temática a ser trabalhada, que pode ser da escolha do professor ou da turma. Dentro desta temática, desenvolvemos as aulas com base nos conteúdos dos planos de estudos.
A autora comenta que os antigos planos de curso e de unidade acabavam sendo hipotéticos, mas, ao longo de alguns anos usando os atuais planos de estudos, percebo que estes também são um pouco hipotéticos, pois presumem um andamento dos conteúdos contínuo, que não condiz com as diferenças entre escolas e suas realidades, nem mesmo a sondagem de início de ano, que eu julgo essencial para saber de onde partir, está inclusa nos planos de estudos. Infelizmente, estes planos limitam o trabalho do professor a uma série de conteúdos que devem ser necessariamente trabalhados, independente do andamento da turma. Muitas vezes, esses planos, assim como os antigos planos de curso e de unidades, acabam ficando abandonados, pois nem sempre a mecanicidade descrita no papel pode ser efetivada em sala de aula. Acabamos contornando a burocracia destes planos para atender verdadeiramente às necessidades de nossas turmas.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Parecer CEB

Eu estava lendo o Parecer CEB nº 11/2000 – Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos, que tem como relator Carlos Roberto Jamil Cury e me chamou a atenção o item que fala sobre a formação dos docentes voltados para EJA.
Segundo o Parecer, a formação dos docentes não só da EJA, mas de qualquer nível ou modalidade, deve ter como meta o disposto no art.22 da LDB, que estipula que a finalidade da educação deve ser desenvolver o educando, dando-lhe formação indispensável para o exercício de sua cidadania e meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores, atendendo também ao art. 61 da mesma, que deixa claro que a formação dos docentes deve atender aos diferentes níveis e modalidades de ensino e às características de cada fase de desenvolvimento do educando.
O Profissional que atenderá a EJA deve estar preparado para interagir empaticamente com os estudantes e para exercer o diálogo. Os docentes deverão estar preparados para elaborar projetos pedagógicos que darão uma significação social para as competências de cada um, articulando conhecimentos, habilidades e valores. O professor da EJA precisa receber aperfeiçoamento específico para ter o cuidado de não infantilizar os métodos, conteúdos e processos da EJA.
Há a exigência de uma formação específica para docentes da EJA a fim de que haja uma relação pedagógica com sujeitos, trabalhadores ou não, propiciando a permanência na escola, que acontecerá por meio de conteúdos trabalhados de forma diferenciada para atender ao perfil deste estudante, respeitando as especificidades da EJA, as características regionais e locais da sociedade, da cultura, da economia e da clientela.
Dessa forma, os cursos de formação docente e as licenciaturas devem habilitar os profissionais para criar correlações entre os conteúdos das áreas de conhecimento e o universo de valores e modos de vida dos alunos da EJA, mas na prática, não sei se é exatamente isso que acontece. Eu, por exemplo, quando fiz o concurso “cai de pára-quedas” em uma sala de EJA, 3ª e 4ª série, mas sem preparo nenhum para atender às necessidades desta clientela. Ao longo do Magistério não tive nenhuma formação/orientação específica para EJA e, pelo que percebo nas estagiárias que chegam em minha escola, ainda não há este preparo. Mas isso não é apenas no Magistério que percebo, pois ao conversar com colegas que cursam ou já estão formadas em alguma licenciatura, constatei que também não tiveram preparo para conseguir articular conhecimentos, habilidades e valores dos alunos da EJA com os conteúdos a serem desenvolvidos.
Hoje, lamento não ter tido uma preparação adequada para trabalhar com a EJA e reconheço que, ao iniciar minha carreira com uma turma de EJA, muito deixei a desejar por falta de experiência, afinal, eu era a pessoa mais nova da sala!

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Comênio, o pai da Didática Moderna


Iniciamos o semestre muito bem...
Para a realização da atividade do enfoque temático 2, que tinha como objetivo conhecer a vida e obra de Comênio, o “pai da Didática” e identificar heranças das idéias pedagógicas presentes no cotidiano escolar, fiquei muito impressionada com a contemporaneidade deste educador.
Ao ler alguns de seus ensinamentos, percebi que, mesmo sem conhecer sua obra, já aplicava-os em minha prática docente, além disso, percebi também que em muitas tendências atuais para a educação há vestígios (e não poucos) das idéias revolucionárias de Comênio, difundidas no século XVII.
Sua obra pedagógica foi um grande marco para o avanço da educação em sua época, com reflexos até nos dias de hoje.
Para ele, didática é ao mesmo tempo processo e tratado. É tanto o ato de ensinar como a arte de ensinar.
Ao ler o material proposto no enfoque 2 constatei que Comênio defendia a idéia de educar com base na realidade da criança e na formação de um indivíduo pensante, capaz de tomar decisões, por isso, quando li a afirmação “Facilitará o estudo do aluno quem lhe mostrar como usar na vida cotidiana aquilo que está sendo ensinado”. (Op. cit., 180), percebi que isso também está presente em meu cotidiano escolar, pois busco relacionar os conteúdos a serem desenvolvidos com fatos de seu interesse, mostrando que o que estudamos na escola faz parte de seu cotidiano.
Percebi, com esta atividade, que muitos conceitos hoje presentes em nossas escolas, como educação para todos, democratização do ensino, aprendizagem global, diferenças individuais, inteligências múltiplas, foram inicialmente apresentados por Comênio, inegavelmente, muito a frente de seu tempo.
Após conhecer o seu modelo pedagógico cheguei à conclusão de que não é nenhum exagero afirmar que ele realmente fez uma grande revolução educacional em sua época.

Eixo 7

Mais uma etapa se inicia e é com um certo "frio na barriga" que penso que estamos na reta final. Quando os profes comentaram que estamos encerrando as interdisciplinas com conteúdos neste semestre... nem acreditei! É uma mistura de alegria, ansiedade e um certo temor do que nos espera...
Mas o meu maior receio para este Eixo 7 está em pensar que posso não conseguir “dar conta” de tudo. Desde o Eixo 4 até o último mês de junho eu estava apenas com 20 horas na escola, conseguia disponibilizar um bom tempo para o curso, mas agora... estou com 44 horas (na verdade trabalho bem mais do que isso).
Ao mesmo tempo em que sinto uma imensa alegria e orgulho em ter chegado ao Eixo 7, estou com grande receio de tudo o que vem pela frente.
O atual cargo que assumi exige muito tempo disponível, além da carga horária.
Mas a sensação de estar chegando ao final... é indescritível!!!