domingo, 28 de setembro de 2008

Como ocorre a aprendizagem na vida adulta?

Tomando por base o meu processo de aprendizagem, relembrando um pouco de uma experiência vivida com uma turma de EJA e retomando os textos e as teorias estudadas na Interdisciplina de Psicologia da Vida Adulta, percebo que os adultos são motivados a aprender à medida que experimentam que suas necessidades e interesses serão satisfeitos. Por isto estes são os pontos mais apropriados para se iniciar a organização das atividades de aprendizagem do adulto. A orientação da aprendizagem do adulto está centrada na vida, principalmente na sua vida, no seu cotidiano, pois a experiência que eles trazem é a mais rica fonte para o adulto aprender.
A relação entre o professor e o aluno pode interferir no processo de aprendizagem, pois assim como as crianças, os adultos também têm uma profunda necessidade de serem cativados afetivamente, sendo assim, o papel do professor é engajar-se no processo de mútua investigação com os alunos e não apenas transmitir-lhes seu conhecimento e depois avaliá-los.
Os adultos, muitas vezes quando chegam a escola estão cansados, desmotivados, muitos vão à escola por exigências do empregador. Nesses momentos cabe ao professor incentivá-los e respeitar as diferenças individuais entre cada um, que crescem com a idade. A educação de adultos deve considerar as diferenças de tempo, lugar, religião e ritmo de aprendizagem, sem esquecer que esse adulto tem uma vida, muitas vezes, complicada e rica de experiências.
Enfim, as teorias estudadas e a vivência com educação de adultos me mostrou que o ser humano constrói o seu conhecimento a partir da interação com o mundo e com os objetos deste, visto que o conhecimento não se limita ao recebimento de informações, o ser humano é um ser autônomo e auto-produtor, capaz de produzir o seu conhecimento a partir da interação com o meio.

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Que dúvida...

Realmente, a construção do Projeto de Aprendizagem está sendo um grande desafio...
O grupo parecia estar estabilizado, com as idéias bem definidas, ou seja, já estávamos com o projeto parcialmente elaborado (ao nosso ver). Mas as coisas tomaram um caminho um pouco diferente do que esperávamos... (na verdade, o que esperávamos era exatamente o que estávamos condicionadas e acostumadas a fazer).
Como as perguntas têm o poder de nos desestabilizar e nos fazer refletir. A partir das conversas com o professor Crediné e com a Sibicca a dúvida e a insegurança se instaurou em nosso grupo. Voltamos a “estaca zero” e estamos revendo nossa questão de investigação. Mas como o professor Crediné nos falou...


“Neste momento, quanto mais certezas e dúvidas tivermos, melhor será o nosso trabalho... não se apressem em analisar, e sim em prover mais dúvidas e certezas, pois assim estarão criando um contexto maior para a exploração e discussão.”

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Aprendendo sobre Maturana...

Refleti bastante após a leitura do texto "Transformações na convivência segundo Maturana” e percebi que a sua teoria defende que o ser humano constrói o seu conhecimento a partir da interação com o mundo e com os objetos deste, visto que o conhecimento não se limita ao recebimento de informações. Conforme o texto, o ser humano é um ser autônomo e auto-produtor, capaz de produzir o seu conhecimento a partir da interação com o meio. Isso se resume na frase:
"Todo fazer é um conhecer e todo conhecer é um fazer."
Dessa forma, consigo compreender como é difícil para nossos alunos aprender se limitando apenas a receber passivamente informações vindas do professor.
Enquanto eu lia o texto, fui vendo a necessidade de manter relações de afeto com meus alunos, de forma a configurar uma relação baseada no amor.Pelo que eu entendi, essa relação entre o professor e o aluno pode interferir no processo de aprendizagem, facilitando-a, quando baseada no amor, ou dificultando-a quando baseada no medo.
"As diferentes emoções possibilitam e/ou interditam domínios de ação (...) é provável que a emoção auxilie o raciocínio."
Os estudos de Maturana explicitam o sinônimo entre conhecer e viver. A noção de viver-conhecer está diretamente vinculada com o modo de relacionar-se e de organizar-se nessa relação. Não se trata de adaptação ao meio. O viver-conhecer na relação significa, ao mesmo tempo, a criação/recriação desse espaço relacional, e de outros, e a criação/recriação do sistema em relação. Pode incluir, em algum momento, a adaptação, mas vai além dela. Para Maturana a conversa, na ação educativa, é elemento central na relação que produz o conhecimento. A conversa constitui-se, assim, em um espaço relacional por excelência na ação educativa.Ele acrescenta que...
"O educar se constitui no processo em que a criança ou o adulto convive com o outro e, ao conviver com o outro, se transforma espontaneamente, de maneira que seu modo de viver se faz progressivamente mais congruente com o do outro no espaço de convivência."
(Maturana, 1998b, p. 29)

Projeto de Aprendizagem!

Nas Interdisciplinas de Seminário V e Projeto de Aprendizagem estamos aprendendo a desenvolver um PA (Projeto de Aprendizagem). Ao contrário do que eu pensava e sempre trabalhei, o PA não é a criação de um projeto pelo professor segundo as datas comemorativas do ano, como nós estamos acostumados a realizar em nossas salas de aula: Projeto Folclore, Projeto Meio Ambiente, Projeto Saúde...
Esses são Projetos de Ensino!
O Projeto de Aprendizagem é desenvolvido a partir das dúvidas dos alunos e quem o desenvolve são os próprios alunos, tentando responder a dúvida, por meio de pesquisas e interação.
Esse novo método de desenvolver projetos oportuniza as novas formas de ensinar e aprender, além da quebra de paradigmas antigos na forma seqüencial de apresentação dos conteúdos, na classificação dos alunos por séries, fatos estes que serão quebrados totalmente no decorrer do processo, e principalmente, na quebra, de nossas atitudes frente ao conhecimento, fazendo com que este através das inúmeras possibilidades de aquisição de informações possa tornar possível a aquisição e construção do verdadeiro saber, a todos os envolvidos neste processo.

Educação Nacional e Sistemas de Ensino

Há muito o que aprender sobre a Educação Nacional e os Sistemas de Ensino... Mas, nesta semana eu tive a oportunidade de aprender que desde a Constituição de 1988 tem ocorrido no Brasil uma grande descentralização de recursos fiscais da União para estados e municípios, os quais, historicamente, já assumiram a responsabilidade de manter o ensino fundamental e médio. O objetivo das mudanças com a descentralização da educação é dar autonomia de funcionamento às escolas e criar espaços para a sua gestão democrática.
A Constituição Federal Brasileira de 1988, reconheceu o Município como instância administrativa. No campo da educação oportunizou a possibilidade de organização de seus sistemas de ensino em colaboração com a União, os Estados e o Distrito Federal.
Os Municípios mantêm ligação financeira com a União e com os Estados, através dos programas de educação infantil e do ensino fundamental. O município, através dessa colaboração e através de seu órgão administrativo, pode administrar seu sistema de ensino, definindo normas e metodologias pedagógicas que se adaptem melhor a realidade de seu município.
As articulações entre as diferentes esferas do poder público existem, e as leis seguidas pelo município são estaduais e federais. As leis, na esfera municipal, se articulam entre os sistemas de ensino. Sendo assim, a Constituição determina que a União prestará assistência técnica e financeira ao Município para o atendimento prioritário à escolaridade obrigatória e estabelece que o Município atuará prioritariamente no ensino fundamental e na educação infantil. É garantido pela Constituição Federal de 1988, a educação das crianças até 6 anos, como dever do Estado e responsabilidade do Município, tanto nas creches como na pré-escola, estendendo-se para o Ensino Fundamental.
Os Estados deverão organizar, manter e desenvolver os órgãos e instituições oficiais dos seus sistemas de ensino.

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Gestão Democrática na e da Educação: concepções e vivências


A gestão democrática busca reforçar as relações democráticas, dando espaço para compartilhar decisões e assuntos sobre a escola, envolvendo a comunidade escolar, de forma participativa, nas decisões administrativas, financeiras e pedagógicas. Mas para que a gestão democrática ocorra é necessário haver mudanças na forma de reger a escola, dando abertura para a participação, ou seja, para a democracia participativa.A gestão democrática foi incorporada na administração escolar, combatendo os demais princípios da gerência científica, atendendo, assim, às reivindicações da classe trabalhadora que lutava pelo direito de seus filhos à escola pública de qualidade. A democratização da gestão escolar surgiu a partir do movimento de redemocratização da sociedade brasileira, fortalecendo-se com a crítica ao excesso de centralismo administrativo, garantindo a continuidade dos estudos de forma universal a toda a população.
Com a aprovação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) que garante, entre outros, a gestão democrática na escola, a educação brasileira conquistou o direito de refletir sobre a necessidade e a importância da participação consciente dos diretores, pais, alunos, professores e funcionários com relação às decisões a serem tomadas no cotidiano escolar, na busca de um compromisso coletivo com resultados educacionais mais significativos.
Com a introdução da participação, alguns valores como a flexibilidade, a tolerância com as diferenças, as relações mais igualitárias, a justiça e a cidadania foram surgindo lentamente, levando a sociedade brasileira a compreender o processo de democratização, o qual resgatou as lutas da sociedade por direitos sociais e por cidadania, ou seja, resgatou as lutas por melhores condições de vida e, conseqüentemente, por melhores condições e acesso à educação de qualidade. Mas, mesmo estando presente nos discursos de diversas pessoas e sendo considerada a forma de governo da sociedade moderna, a democracia e com ela a participação, não acontece na prática tal como acontece no discurso, ou pelo menos de acordo com seus princípios norteadores. Isso acontece também na gestão democrática na escola, pois sabe-se que, historicamente, a escola pública é vista como propriedade do governo ou das pessoas que nela trabalha. Em muitas escolas, os diretores, professores e funcionários ainda monopolizam as oportunidades de participação da comunidade, em nome da competência pedagógica, evitando interferências dos servidores e de pais de alunos. O diretor escolar tem grande poder para dificultar ou facilitar a implantação de procedimentos participativos e da legitimação da autonomia.
Dessa forma, para que a gestão democrática realmente acontecesse nas escolas, deveria ser abolida a idéia de autoritarismo da instituição que o cargo de diretor escolar culturalmente carrega consigo e que ainda é extremamente forte, inclusive na escola em que eu trabalho. O poder de decisão deveria ser de todos os segmentos da escola e que teria um presidente eleito a cada ano, dentre os membros dos professores eleitos, pela comunidade escolar com a função de representar a escola perante os órgãos oficiais, de desempatar voto, quando ocorresse empate e assinar documentos. Acredito que esse enfoque democrático do papel do diretor dentro da gestão escolar criaria condições para que todos os segmentos da escola participassem democraticamente da tomada de decisões no que diz respeito ao destino da escola e de sua administração. A implementação da gestão democrática na escola é uma das maneiras de levar a verdadeira democracia para toda a sociedade.


Vida Adulta!

Nesta semana, tive a oportunidade de aprender um pouco sobre Erikson e “As Oito Idades do Homem” na interdisciplina de Psicologia da Vida Adulta. Erikson dá especial importância ao período da adolescência, devido ao fato de ser a transição entre a infância e a idade adulta, em que se verificam acontecimentos relevantes para a personalidade adulta. Cada estágio contribui para a formação da personalidade total, sendo por isso todos importantes mesmo depois de se os atravessar. Como cada criança tem um ritmo cronológico específico, não se deve atribuir uma duração exata a cada estágio.
O núcleo de cada estágio é uma crise básica, que existe não só durante aquele estágio específico, nesse será mais proeminente, mas também nos posteriores a nível de consequências, tendo raízes prévias nos anteriores. O termo crise é visto como um ponto decisivo e necessário, um momento crucial, quando o desenvolvimento tem de optar por uma ou outra direção.
A adolescência é o período mais conturbado, mas não é o único, as crises estão presentes em todas as idades, sendo a forma como é resolvida determinante para resolver na vida futura os conflitos. Com os estudos sobre Erikson, percebi que ao longo da vida vai havendo desenvolvimento da personalidade.
Cada fase caracteriza-se por um conflito sócio-emocional no indivíduo, exige uma resolução dessa crise para que se chegue ao estádio seguinte e para que a próxima fase possa ser ultrapassada sem problemas. As mudanças que ocorrem não se produzem de igual modo em todo o indivíduo: o ritmo de desenvolvimento varia de pessoa para pessoa. O ser humano interage com o meio envolvente: o meio natural, a família, os amigos, a escola, a comunidade, que o ajudam a desenvolver-se.