sábado, 14 de junho de 2008

Perguntas de alto ou baixo nível???

Em nossa aula presencial de Seminário Integrador IV,
nós fomos motivados a analisar algumas perguntas.
Essa atividade nos levou a perceber que há perguntas que
são consideradas de "Alto Nível" e outras
consideradas de "Baixo Nível".
Segundo Vasco Moretto em seu livro Prova,
"Dominar a arte de perguntar é, talvez, uma das competências mais importantes do professor. Uma razão nos parece fundamental:
uma boa pergunta possibilita uma boa resposta."


Dessa forma, criou-se uma lista com as características das perguntas:

**ALTO GRAU DE APRENDIZAGEM**

  • gera polêmica
  • instigante
  • requer pesquisa
  • requer o desenvolvimento de atividades práticas para respondê-las
  • admite diferentes soluções
  • conceitos individuais - valores
  • polarizadora
  • possibilita a exploração seguindo diferentes perspectivas
  • desafiadora
  • pode desencadear várias outras questões
  • mobilizadora
  • abrangente
  • procura determinar causas
  • permite diferentes ou desdobramentos

Eu considero uma pergunta de alto nível quando ela causa uma desacomodação e isso leva a uma aprendizagem.
Uma pergunta de alto nível desencadeia uma série de ações: leva à reflexão, que leva à curiosidade, que traz a vontade de aprender, que causa a desacomodação, que se interliga a uma pesquisa aprofundada, que acaba desencadeando outras perguntas, as quais permitem novas reflexões que, por fim, proporcionam novas aprendizagens.
Acredito que, se não proporcionar novas aprendizagens, a pergunta não era de alto nível.


**BAIXO GRAU DE APRENDIZAGEM**

  • mal formulada
  • pessoal/subjetiva/crença
  • levam a respostas que indicam gosto pessoal.
  • pesquisa muito rápida – resposta direta
  • não gera novas perguntas – se esgotam as respostas.
  • induz a resposta/direciona.
  • não tem caminho científico para explorar.

Eu considero uma pergunta de baixo nível, quando ela não leva a uma reflexão e sim ao repasse de informações mecanicamente. A pergunta com baixo nível de aprendizagem já faz alusão a uma resposta pronta, na qual nada se pesquisa e nada se constrói.

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Aprendendo a partir de perguntas...


Até pouco tempo atrás eu acharia um pouco estranha essa colocação...
Mas é possível sim, visto que o professor não é o transmissor do conhecimento, e sim aquele que prepara as melhores condições para que a sua construção se efetue.
A partir da leitura dos textos da interdisciplina de Seminário IV, percebe-se que o professor deve estar atento às perguntas dos alunos, pois nelas encontram-se as janelas para a aprendizagem e para conquistar o aluno. Essas perguntas serão geradas a partir de experiências anteriores, mas principalmente, serão as vozes da curiosidade das crianças, que é a chave para a motivação e para a aprendizagem.
Através das perguntas suscitadas em sala de aula, também podemos perceber qual é a curiosidade de nossos alunos e sobre o que eles querem aprender, para daí sim desenvolvermos os planos de aula, projetos de ensino e projetos de aprendizagem.


Vamos proporcionar momentos em que nossos alunos sintam-se à vontade para perguntar, perguntar, perguntar...

Há muito mais coisas por trás das perguntas do que nós podemos imaginar...

domingo, 8 de junho de 2008

Hiperatividade ou falta de limites?


Em uma de minhas pesquisas pela Internet, li este texto e achei interessante compartilhar com outros professores, mesmo que não se refere diretamente às Interdisciplinas que estamos trabalhando neste semestre, para mim foi uma aprendizagem significativa...



(Edição Abril/2007)

Escrito por Gilmar de Oliveira


Imagine uma foto borrada, daquelas que se tiram com a máquina em movimento.É mais ou menos assim a forma do hiperativo ver o mundo.A Hiperatividade, ou melhor dizendo, o Transtorno do Déficit de Atenção (TDA), quando seguido de impulsividade, agitação, quando parece que a criança “tem um motorzinho que não desliga nunca” é classificada como TDA-H (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade). É causada por uma disfunção no Sistema Nervoso Central, mas com fatores ambientais e familiares que, em muitos casos, acentuam as características desse déficit. É, na verdade, uma diminuição severa da capacidade de concentração e análise das situações cotidianas. Faz com que a pessoa (a infância é onde tal disfunção causa maior preocupação e maiores problemas) perceba vários estímulos ao mesmo tempo, sem concentrar-se no foco desejado, mudando tais focos constantemente, não medindo os perigos, nem as conseqüências dos seus atos, em geral feitos sem planejamento. Com isto o rendimento em sala de aula cai muito, o aluno vira um “serelepe” nas aulas externas, atrasa atividades, perde materiais, anda ou corre pela classe e pelo pátio o tempo todo, perturba os colegas, faz e diz coisas sem pensar. Isto ocorre porque o hiperativo (TDA-H) não reflete nem planeja seus atos, não concentra-se na situação por já estar vislumbrando outra e outra e outra... O que colabora com a situação é que existe no cérebro uma área de auto-censura, que controla nossos desejos e que nos hiperativos (TDA-H), ainda não se sabe ao certo o motivo, tal função não atua como deveria. Porém existem pessoas que agem sem medida ou sem controle e não possuem Déficit de Atenção (TDA), assim como muitos dos TDA’s possuem problemas na atenção, mas não na conduta. Perceba, professor, que hoje em dia qualquer criança mais peralta, ou criada sem limites, já é considerada Hiperativa.
É um engano, um erro grotesco rotular desta forma. Mas parece conveniente... A família“ganha” uma desculpa para a falta de limites;” a escola uma resposta para a angústia do fracasso escolar sem trabalhar a criança, e todos “ganham” com a medicação do educando, em geral, Cloridrato de Ritalina e fica “centrada, obediente”. Poderíamos chamar a Ritalina da DROGA DA OBEDIÊNCIA, e sendo assim, nossos supostos hiperativos poderiam ser “ADESTRANDOS”, no lugar de educandos. Quem perde é a criança, quem perde é a sociedade quando um médico usa de sua onipotência e diagnostica sozinho o TDA-H, sem ajuda da escola (que muitas vezes exagera nos laudos, feitos em momentos de tensão) e de um psicólogo especializado.Um déficit que afeta várias área deve ser diagnosticado e trabalhado por vários profissionais. Nem sempre as cidades apresentam estrutura para tanto. Nem por isso devemos simplesmente rotular e deixar assim mesmo”.
Agitação não é hiperatividade, nem a impulsividade faz o hiperativo. Falta de limites e de diálogo, não transforma alguém em hiperativo. Analisar os critérios diagnósticos do TDA e do TDA-H em obras como Barckey, Kaplan ou mesmo no CID-10 (ou via internet) é uma grande ajuda ao educador e às famílias.São inúmeros os distúrbios comportamentais e cognitivos com sintomas semelhantes ao TDA-H. Somente um diagnóstico em conjunto entre neurologista, psicólogo, família e escola é que pode trazer a certeza de um tratamento correto e, quando preciso, com o uso de medicação. Antes de rotular, é melhor sabermos como agir, como identificar e principalmente, como lidar com crianças excessivamente agitadas (neste mundo agitadíssimo). Hiperativas ou não, com crianças com estímulos múltiplos de todos os lados, com pais ansiosos, com a múltipla oferta de estímulos em nosso meio que em certos casos, desconcentraria até monges budistas. Importante não esquecer que uma diminuição na atenção não desqualifica a inteligência, a memória, a cognição, a atenção global e a maior parte das formas de raciocínio do educando. E que o bom senso, a negociação, atividades dinâmicas ajudam qualquer aluno e desenvolver seu trabalho em sala de aula.

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Explorando Noções de Espaço


Após conhecermos a história de cada um, fiz uma associação com a história do município, levando os alunos a perceber que, assim como nós temos uma história e um passado, nossa cidade também tem uma história que iniciou há muito tempo atrás. Mas para iniciar a compreensão do que era um município, fiz algumas atividades sugeridas no livro trabalhado em Estudos Sociais.
Em um dia, quando fomos ao refeitório, pedi para que as crianças observassem bem o caminho. De volta à sala de aula, dividi a turma em grupos para que desenhassem o trajeto apenas de ida. Outro dia, pedi para que observassem como vemos o trajeto na ida e na volta. Na sala, novamente desenhamos, mas então exploramos a caminho como o vemos na volta também. Em um outro momento, a turma trabalhou com o desenho da sala de aula. Para essa atividade, tentamos imaginar que estávamos flutuando e víamos a sala bem do alto, sem o telhado.
Já outro dia, levei para a sala caixas de diversos tamanhos e pedi para que as crianças organizassem as caixas conforme o tamanho delas. Em seguida, pedi para que escolhessem caixas para representar a escola, o bairro, a cidade, o estado e o país. Como eu esperava, as crianças escolheram a caixa menor para representar a escola, a segunda menor para representar o bairro, assim até a caixa grande que representou o país.
Dessa forma, exploramos a inserção das caixas menores dentro das maiores, relacionando que a escola está dentro do bairro, o bairro está dentro da cidade, a cidade está dentro do estado e o estado está dentro do país.
Depois, as crianças começaram a falar nos mapas, então busquei os mapas do Brasil, do RS, de Sapiranga e dos bairros. Realizamos a observação inversa, questionando o que há dentro do Brasil, ou seja, como ele é dividido, até que as crianças localizaram o RS. Assim, também exploramos a divisão do estado, até que localizamos Sapiranga. Logo, pegamos o mapa de Sapiranga e as crianças puderam encontrar o bairro da escola e onde a maioria mora. Em todas os mapas, sempre relacionamos às caixas.
Confesso que fiquei maravilhada com o resultado da atividade. Sempre tive dificuldades para fazer as crianças compreenderem esses conceitos, mas com essa atividade os resultados foram excelentes.